VIDA URBANA
Fábrica de ladrilhos hidráulicos de CG é a única da Paraíba
Empreendimento familiar surgiu em 1947e já exporta produtos para diversas cidades do país.
Publicado em 12/02/2017 às 10:00
Aos 50 anos, Januário Sousa mantém vivo um empreendimento que foi fundado pelo seu avô, em 1947. Comandando a terceira geração da família Guedes, o empresário administra a única empresa de ladrilhos hidráulicos da Paraíba, localizada em Campina Grande. O trabalho de produção é essencialmente artesanal e o ladrilho se destaca pela beleza dos detalhes que decora pisos e paredes. Resistente ao tempo, o produto tem um amplo mercado de comercialização em todo o Brasil e decora ambientes que relembram o passado.
A história que fez com que a família se tornasse referência começou com Antônio Guedes de Andrade, já falecido, que iniciou o empreendimento na cidade. Com a morte de seu Antônio, quem assumiu os negócios foi um filho dele, tio de Januário. Só que com a chegada da cerâmica, como relembra o empresário, o mercado do ladrilho acabou enfraquecido e a empresa fechou as portas em 1990.
Fábrica de produção de ladrilhos hidráulicos foi fundada em 1947, no bairro da Prata, em Campina Grande
Acumulando a experiência que adquiriu quando criança, brincando na fábrica, Januário resolveu abrir uma loja de material de construção, em 1995, no mesmo local onde funcionou a fábrica e acabou reativamento a produção de ladrilhos. “As pessoas sabiam que nossa família era conhecida por fabricar ladrilhos e começaram a pedir o produto. Desde então mantemos a produção até hoje”, disse, acrescentando que recebeu a certificação da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, como única fábrica de ladrilhos do Estado.
Os ladrilhos hidráulicos recebem esse nome por causa de uma etapa do processo de fabricação que envolve água. As peças são feitas uma por uma e todo o processo é realizado de maneira artesanal. O primeiro passo é colocar o molde na peça que se quer produzir. O molde tem várias divisórias que recebem cores variadas. Depois que os espaços são preenchidos com tinta, o molde é retirado e a peça recebe uma camada de pó de cimento antes de ir para a prensa. O ladrilho deve secar em 12 horas e após isso ser submerso em uma piscina de água para secar por mais 8 horas, dai o nome hidráulico.
Ao falar do futuro, Januário é otimista, pois acredita que o ladrilho, mesmo sendo um produto que representa bem o passado, não vai perder mercado. Segundo ele, a peça tem sido fundamental na manutenção e reformas dos prédios tombados pelo patrimônio histórico. “Além disso têm arquitetos que trabalham muito com esse produto, para revestir paredes, balcões. Enfim, há uma grande variedade de locais onde se possa inserir esse material”, pontuou.
Ladrilhos estão presentes em prédios históricos de Campina Grande
Além de encontrar ladrilhos antiderrapantes nas calçadas da cidade, também é possível identificar os ladrilhos na casa casa do ex-prefeito, Severino Bezerra Cabral, que virou um memorial e conserva cinco tipos de pisos diferentes feitos com o piso. Além do museu de arte Assis Chateaubriand que também é caracterizado pelo revestimento em ladrilhos.
Produtos são exportados para todo o Brasil
Os ladrilhos produzidos em Campina Grande são exportados para muitas cidades do Brasil. O principal destino é o Recife, Capital Pernambucana, responsável por receber 80% do material produzido para revender em lojas locais. Os custos variam de acordo com a região onde é vendido. O ladrilho usado em pisos e paredes internos custam cerca de R$ 80,00 o metro quadrado. Já para pisos antiderrapante, específicos para calçadas, o valor do metro quadrado é de R$ 33,00.
Serviço
Fábrica de ladrilhos
Rua Rodrigues Alves, 141 - Prata
Contato: (83) 3063-4912 ou 3321-3355
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