VIDA URBANA
O Trânsito caótico de cada dia
Sem projetos a curto prazo e com pouca rotas alternativas, motoristas da capital se vêem em congestionamentos frequentes.
Publicado em 04/05/2014 às 17:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:39
Com poucas rotas alternativas e sem projetos a curto prazo, o trânsito de João Pessoa passa por um momento delicado, com o registro frequente de congestionamentos nos principais corredores da cidade.
Uma colisão traseira entre dois veículos tem sido motivo suficiente para que o trânsito vire, em questão de minutos, um caos. O crescimento da frota e a impaciência dos motoristas pedem uma solução urgente às autoridades de trânsito. Há projetos para reverter a situação, é verdade, mas a melhoria continua no papel.
Na avenida Pedro II, um dos corredores mais movimentados da cidade, o trânsito parou, literalmente, pelo menos duas vezes entre os dias 10 e 14 de março. Primeiro, em consequência de um acidente com morte, após uma colisão frontal entre dois veículos. O trecho foi totalmente interditado e os motoristas procuraram, em vão, vias alternativas para chegar ao Centro da cidade ou aos bairros da zona sul.
O acidente na Pedro II teve reflexos em boa parte do trânsito de João Pessoa. Quem costuma fazer um trajeto de 30 minutos, nesse dia não o realizou em menos de duas horas. O contador Diego Morais, por exemplo, foi um dos motoristas que ficou 'preso' na avenida, no dia do acidente. “Passei cerca de 50 minutos no engarrafamento e cheguei atrasado no trabalho”, declarou. O contador mora no bairro dos Bancários há cinco anos e disse que percebe que a situação fica pior a cada dia.
Nas redes sociais, em seu perfil no Twitter (@semobjp), a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) informou sobre o acidente exatamente às 7h07. O trânsito só voltou a fluir no local quase duas horas depois (9h02), segundo postagem da Semob.
Os motoristas que pretendiam chegar à área central foram orientados pelo órgão a seguirem uma rota alternativa pelo Castelo Branco, depois seguir pela avenida Beira Rio ou Epitácio Pessoa. O problema é que essa via também ficou parada.
Como efeito dominó, o trânsito ficou congestionado também no viaduto do Cristo, onde os motoristas usaram as redes sociais para reclamar da dificuldade de tráfego na cidade; e na avenida Epitácio Pessoa, no sentido praia-centro, que se tornou rota alternativa para motoristas que tentaram fugir da avenida Pedro II.
Quatro dias depois, o trânsito voltou a ficar complicado no trecho, dessa vez em consequência da chuva. A via foi parcialmente interditada, causando aborrecimento aos motoristas que tinham hora certa para chegar ao trabalho. Algumas pessoas, como o analista de sistemas Paulo Lins, optaram por seguir pela BR-230 para subir pela 'alça' da Beira Rio, mas nem assim conseguiu se livrar do trânsito lento. “Foi uma segunda-feira de caos! O trânsito em João Pessoa está um tormento para quem precisa enfrentá-lo diariamente”, destacou.
A Semob estuda colocar redutores de velocidade em toda avenida Pedro II. Segundo o diretor de planejamento do órgão, Adalberto Araújo, os motoristas trafegam na via em alta velocidade, o que ocasiona acidentes frequentes. A intenção é limitar a velocidade em 50km/h. “É uma via perigosa, e infelizmente muitos condutores ainda se arriscam”, frisou.
SEMOB: 'CALMA E PACIÊNCIA'
“Por gentileza, a Semob solicita aos condutores da zona sul que não saiam de casa neste momento. Os principais corredores estão bloqueados”.
Foi com essa frase que a Semob usou as redes sociais no dia 6 de fevereiro na tentativa de minimizar os transtornos por conta do poste que foi derrubado no bairro dos Bancários.
Logo no início da manhã, foram bloqueadas as entradas do Castelo Branco, Mangabeira, Bancários, José Américo e todo o entorno da BR-230, motivo pelo qual a Semob pediu “calma e paciência” aos condutores.
O apelo do órgão teve grande repercussão entre os internautas e motoristas. A Semob, mais uma vez, usou as redes sociais para explicar que a solicitação foi feita “para evitar o acúmulo de veículos nas vias”.
Sobre essa postagem, o diretor de planejamento disse que “não foi bem isso que a Semob quis dizer”, e criticou a polêmica em torno da frase.
“Houve uma falha de interpretação. A intenção foi alertar para a situação e pedir que quem não tivesse a real necessidade de sair de casa esperasse um pouco, ou se tivesse de sair, que pegasse vias alternativas”, esclareceu.
Na opinião da empresária Carmem Fonseca, o trânsito de João Pessoa precisa de uma solução com urgência.
“Não podemos continuar desse jeito. Todos os dias enfrento congestionamento em algum ponto da avenida principal. Sou moradora do bairro dos Bancários e já pensei seriamente em vender a casa e comprar outro imóvel em uma localidade mais tranquila”, destacou.
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