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VIDA URBANA

PB soma 2 mil denúncias de abuso

Dados foram registrados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no período de 2011 para 2013. 

Publicado em 30/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:59

As denúncias relacionadas a crime de abuso sexual contra crianças e adolescentes aumentaram na Paraíba nos últimos 3 anos e já somam 2.130 chamadas no Disque 100. Os dados foram registrados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no período de 2011 para 2013 e revelam ainda que somente no ano passado foram 797 denúncias no Estado. Nos primeiros quatro meses deste ano os registros já somam 177 ocorrências.

Segundo os números contabilizados pelo Disque 100, o maior percentual de crescimento de denúncias ocorreu de 2011 para 2012, onde os registros aumentaram 13,28%, passando de 625 casos no primeiro ano para 708 no ano seguinte. Ainda conforme os dados, até o final de 2013 a Paraíba era o segundo estado do país que havia recebido mais chamadas no Disque 100, com 68,2 denúncias para cada grupo de 100 mil habitantes.

Embora os números sejam altos, a delegada adjunta de Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude de João Pessoa, Andréa Melo, lembra que mais da metade das denúncias repassadas ao Disque 100 chegam com informações incompletas e dificultam a investigação policial e constatação do fato. Contudo, ela lembra que todos os casos são apurados pela polícia.

“A maioria dos chamados é trote. As pessoas repassam endereços que não existem ou incompletos, números falsos.

Mas lógico que temos casos verdadeiros e instauramos os inquéritos. Os números mostram também que os casos de abuso têm aumentado e ainda há muitos casos velados que a gente ainda não sabe”, lamentou a delegada.

Conforme reportagem publicada no JORNAL DA PARAÍBA no último dia 18, a Delegacia de Repressão aos Crimes da Infância e Juventude da capital registrou cerca de 50 casos de abuso sexual, de janeiro até a primeira semana deste mês. Outro dado que comprova a violação de direitos de crianças e adolescentes são os casos registrados nos Conselhos Tutelares. Somente na capital, nos primeiros quatro meses deste ano, foram contabilizados 78 casos de abuso.

Para a secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Aparecida Ramos, os números apresentados pelo Disque 100 indicam também as ações que devem ser traçadas pelo poder público para combater o abuso infantil. “Isso se deve porque as pessoas estão tendo canais para denunciar, porque antes elas se sentiam intimidadas. Por outro lado, os números também nos dão a dimensão do que temos que fazer pela frente, para ajudar essas crianças. Acho que o grande desafio é transformar essas denúncias em punição do agressor. Para isso, temos que ter uma articulação também com o poder judiciário”, explicou a secretária.

PERFIL

Amigas de escola e vizinhas, duas meninas de 9 anos estão passando por exames que comprovem abuso sexual cujo suspeito seria o cunhado de uma das vítimas. O crime foi denunciado à Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude da capital no último sábado e ilustra as situações mais comuns relacionadas ao perfil do agressor, segundo os órgãos de proteção à infância.

Na Paraíba, segundo informações recebidas pelo Disque 100, em 70% dos casos os suspeitos pelo crime de abuso são do sexo masculino e com idade entre 25 e 30 anos. Já as crianças que sofrem a violência são, em 75% dos casos, do sexo feminino na faixa etária dos 12 aos 14 anos. Ainda segundo os dados coletados pelo canal de denúncias, quando os denunciantes informam os casos suspeitam que os agressores sejam parentes da vítima (pai, padrasto, tios) ou vizinhos, como no caso ocorrido no último sábado.

A delegada Andréa Melo acompanha as informações registradas pelo Disque 100 e lembra ainda que os casos de abuso ocorrem, na maioria das vezes, no interior da casa da criança, o que dificulta as investigações.

“O abuso sexual vem daquele que está mais próximo à criança, de pessoas que estão próximas a ela ou a outros membros da família. Dificilmente ocorrem casos em que a criança sofre o abuso na rua ou na escola”, disse a delegada Andréa Melo.

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Jornal da Paraíba

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