Integrantes da CPT-PB protestam na capital

Integrantes da Comissão da Pastoral da Terra da Paraíba (CPT-PB) realizaram protesto, ontem pela manhã, na frente da agência do Banco do Brasil (BB), localizada na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa. O protesto terminou no início da tarde, depois de reunião e acordo firmado entre a gerência do BB e representantes da CPT. Os integrantes do movimento cobraram a liberação de crédito do Programa Nacional de Habitação Rural, assegurado desde março de 2013 e ainda não liberado pelo Governo Federal.

Ao término da reunião, que aconteceu entre representantes da CPT, do Banco do Brasil e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ficou decidido que o projeto para liberação de crédito será reapresentado na próxima sexta-feira, pela Comissão da CPT. Segundo a coordenadora do movimento, Tânia Maria de Sousa, os dirigentes do Banco do Brasil alegaram que apesar do projeto para liberação do crédito ter sido encaminhado em julho, deste ano, alguns dados não constaram na documentação inicial, como, por exemplo, a carta consulta, com os dados da Cooperativa Dos Agricultores do Litoral da Paraíba (Coasp) e seus beneficiários. “Demos entrada em julho, porém o banco alegou que não anexamos ao projeto a carta consulta, com os dados da cooperativa e dos beneficiários”, esclareceu

Ainda de acordo com a representante da Pastoral da Terra, na próxima reunião será encaminhado o projeto com todas as informações solicitadas, bem como as alterações determinadas pelo banco. O projeto será direcionado às diretorias do Banco do Brasil, de São Paulo e Brasília, onde a documentação será analisada e aprovada em um prazo de 30 dias, a contar da data da entrega. “Iremos apresentar o projeto com a carta consulta anexada e todas as modificações solicitadas pelo banco. A documentação será entregue e, posteriormente, encaminhada ao Ministério das Cidades e às equipes responsáveis por analisarem a liberação de crédito, que ficam localizadas em São Paulo e Brasília”, relatou.

No começo da manhã, os manifestantes percorreram o entorno do Parque Solon de Lucena e marcharam em direção à agência bancária. Em todo o trajeto da manifestação, o grupo – composto idosos, adultos e crianças – foi acompanhado por viaturas da Polícia Militar e agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade urbana (Semob-JP), que foram acionados para manter a segurança e organização do trânsito no local. Ao chegarem à sede do Banco, o grupo ocupou o estacionamento, impedindo a entrada e saída de clientes da agência e aguardando audiência com a gerência do banco.

Um dos manifestantes era o agricultor José Antônio de Paiva, de Piancó. Ele contou que veio à capital com um grupo de outros trabalhadores rurais, em um ônibus fretado pela CPT.

“Queremos apenas ter direito a um pedaço de terra nosso, que o governo libere recursos”, afirmou.

Apesar da movimentação na frente da agência bancária, a assessoria do BB assegurou que não houve qualquer violência e que o movimento chegou de forma pacífica. (Colaborou Secy Braz)