COTIDIANO
Crack vicia 35 mil na Paraíba e 37% são adolescentes
Só em João Pessoa e Campina Grande existem 21 mil usuários de drogas. Estado vai lançar plano de enfrentamento.
Publicado em 30/09/2011 às 6:30
O crack está avançando cada vez mais rápido em todo o Estado e os jovens são o alvo mais vulnerável da ação dos traficantes. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid). Os dados mostram que a Paraíba possui, atualmente, 35 mil usuários de crack e 62% dos viciados identificados são crianças e adolescentes com idade entre 10 e 18 anos, ou seja 21,7 mil.
O que mais chama a atenção é a entrada cada vez mais precoce no mundo das drogas. Aproximadamente, 8,7 mil usuários têm idades entre 10 e 14 anos. Mas, a maior presença do crack está na adolescência, já que 37% dos usuários têm entre 14 e 18 anos, totalizando quase 13 mil viciados nesta faixa etária.
De acordo com João Pereira Gomes Filho, gestor do Programa de Políticas sobre drogas do governo do Estado, crianças com menos de 10 anos também já estão entre os consumidores de crack, apesar de não aparecerem nas estatísticas. “Identificamos uma quantidade mínima de crianças usando crack, mas é muito pouco detectável porque é uma faixa onde os pais escondem muito o problema”, afirmou.
O mapeamento do consumo de drogas no Estado será usado para planejar ações de combate e prevenção ao crack localizando áreas mais críticas. Haverá operações policiais de fechamentos dos pontos de venda e desarticulação da cadeia de distribuição da droga. “Os números finais só serão divulgados no mês de outubro, mas a secretaria de Segurança Pública já está com os dados em mãos para realizar as operações de repressão ao tráfico”, informou João Pereira Gomes Filho, gestor do Programa de Políticas sobre drogas do governo do Estado.
João Pessoa e Campina Grande, as duas maiores cidades do Estado, somam juntas mais de 60% do total de usuários da Paraíba, o que representa 21 mil.
Na capital, os bairros como Mandacaru, São José, Rangel, Mangabeira e Valentina concentram a maior parte dos viciados e dos pontos de venda de drogas. Já em Campina, o tráfico do crack é mais forte nas Malvinas e no Centro da cidade, seguido por Jardim Paulistano, José Pinheiro e Monte Castelo.
Uma das surpresas é a cidade de São Bento, que proporcionalmente possui a maior presença de usuários de crack no Sertão do Estado, seguida por Cajazeiras, Patos e Sousa. Com, aproximadamente, 31 mil habitantes, São Bento é apontada pela polícia como um dos polos de distribuição das drogas que chegam principalmente de Pernambuco e Ceará.
O objetivo do estudo é apresentar um mapeamento nacional do consumo de drogas em todo o país. A coleta de dados começou em outubro do ano passado e durou quase seis meses.
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