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VIDA URBANA

PB tem 348 pessoas na lista para adotar, mas só 55 crianças aptas

Para o Juizado, disparidade acontece, principalmente, porque há uma preferência por crianças de 0 a 2 anos.

Publicado em 15/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/03/2024 às 15:56

Embora existam 348 pessoas interessadas em adotar um filho na Paraíba, 55 crianças e adolescentes permanecem nas instituições de acolhimento à espera de um lar, segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para o Juizado da Infância e Juventude de João Pessoa, a disparidade acontece, principalmente, porque há uma preferência por crianças de 0 a 2 anos. Entretanto, sexo, número de irmão e etnia, são alguns critérios que também influenciam na escolha dos pretendentes. Somente na capital, existem dez instituições de acolhimento de meninos e meninas.

O juiz de Direito da 1ª Vara da Infância e Juventude da capital, responsável pelas questões civis, como adoção, tutela e guarda, por exemplo, Adailton Lacet Porto, explicou que a primeira consideração feita pelos pretendentes é em relação à idade, de modo que eles preferem adotar crianças menores de dois anos.

Depois, surgem os outros critérios. “A prioridade é a faixa etária porque muitos entendem que, quando maiores, as crianças ou adolescentes já possuem uma personalidade formada, com vícios comportamentais, e a adoção é irreversível, depois não é possível desfazê-la. Depois aparecem as preferências pelo sexo, idade, etnia e outras questões, como o grupo familiar, pois a lei recomenda que os irmãos devem ser adotados pela mesma família”, afirmou.

Entretanto, Adailton Lacet ressaltou que essa situação pode ser modificada, uma vez que o juiz vê condições específicas para desmembrar os irmãos para que sejam adotados individualmente. “Após uma análise social de toda uma equipe, é possível que o juiz entenda que é mais viável que apenas uma criança ou adolescente seja adotado, por exemplo, do que os dois irmãos permanecerem na instituição de acolhimento por mais tempo, e aumentando sua idade, o que consequentemente interfere em uma possível adoção”, disse.

Para que as pessoas que desejam adotar uma criança ou adolescente tenham mais informações sobre o processo de adoção e para desmistificar os 'preconceitos' com a cor ou idade, por exemplo, o juiz da Infância e Juventude disse que, periodicamente, são realizados gratuitamente Cursos de Preparação para Pretendentes à Adoção de Crianças e Adolescentes, em parceria com o Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (Gead-JP).

“Além disso, semestralmente, realizamos audiências concentradas, onde juízes e demais integrantes das equipes envolvidas no processo de adoção se dirigem às instituições de acolhimento para verificar as condições das crianças acolhidas, objetivando tirá-las desses locais, reintegrando-as aos pais biológicos, quando deles serão retiradas por situações passageiras. Quando não há essa possibilidade, tentamos repassar a guarda para a família ampliada ou extensa, que são os parentes mais próximos e de maior afinidade, caso contrário, elas são inseridas no CNA e disponibilizadas a adoção, que é nossa última opção para dar-lhes um lar”, frisou Lacet.

O juiz ainda informou que a próxima audiência concentrada, em João Pessoa, será realizada durante todo o mês de outubro deste ano, onde as dez instituições de acolhimento existentes na capital serão visitadas.

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Jornal da Paraíba

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