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ESPORTES

O vira-casaca

Uruguai ou Costa Rica? leia a crônica de Phelipe Caldas que foi até o Castelão em Fortaleza torcer pela Celeste, mas mudou de ideia.

Publicado em 17/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 30/01/2024 às 14:43

Foi a “vira-casaca” mais clamorosa do futebol mundial. Cheguei à Arena Castelão, em Fortaleza, para assistir Uruguai x Costa Rica com espírito uruguaio. E tinha motivos para isto. Um grande amigo tem profundas raízes uruguaias e desde muito cedo aprendi a assistir com ele os jogos da Celeste. Aliado a isto, desde muito cedo fui apresentado à história da rivalidade do Uruguai com a Argentina. E isto me empolgava. Afinal, era aquela velha história: “inimigo do meu inimigo, é meu amigo, oras”.

Depois, sendo sincero de verdade, a derrota na Copa do Mundo de 1950, apesar de dramática, apesar da tragédia que representou, apesar de marcante para o nosso esporte, não chegou a abalar minha relação com nossos vizinhos. Primeiro porque Obdúlio Varela, Ghiggia e companhia foram heróicos naquele jogo. Depois porque cometemos erros graves na ocasião, imperdoáveis para quem quer vencer uma Copa do Mundo.

Sendo assim, fui ao Castelão, como disse, com o espírito uruguaio em dia. Mas, sabe aquela história de que eu e apenas eu posso falar dos meus próprios dramas? Pois sim. Minha primeira rusga com os amigos uruguaios surgiu justamente com as seguidas provocações que eles faziam com relação à Copa vencida por eles em nossa casa. E isso eu tive dificuldades de engolir.

Ainda assim, segui firme. Gol do Uruguai? Eu comemorei. Empolguei-me. E bati palmas para o time que eu considerava o meu preferido logo após o Brasil. Mas não posso deixar de registrar que fiquei incomodado com a forma agressiva que alguns dos meus colegas do Uruguai comemoraram o gol. Afinal, eles jogavam contra Costa Rica ou contra nós, os anfitriões?

De repente, empate da Costa Rica. E num impulso, eu lamentei. Mas logo em seguida comecei a rir. Alegre e empolgado. Envolvido com a forma com que uma família costa riquenha comemorava o gol de sua pátria bem na minha frente. Foi uma cena bonita. Pai, mãe, filho, outros mais (primos, talvez) cantando, se abraçando mutuamente e se emocionando com o futebol.

Transformaram-se em sensações no setor do estádio em que fiquei. E de tempos em tempos eram “incomodados” por brasileiros que queriam tirar fotos com aquela turma. Em todos os momentos, agiram de forma sorridente. Receptivos. E sem resmungos ficavam de costas para o jogo para atender os pedidos.

Virada da Costa Rica, e a parte vermelha do estádio foi a loucura. Neste momento, já arriscava um “Ticos, Ticos”, que é como os nossos parceiros costa riquenhos chamam o time deles. Já abri um belo de um sorriso e aplaudi a jogada de pé. Parabenizei a tal família e comentei em português que eles mereciam o resultado. Em castelhano, ele concordou, igualmente sorridente. No futebol, não tem língua que nos separe, eu pensei. Ele deve ter pensado algo parecido.

Com o Uruguai já atrás, uns idiotas de azul, nossos rivais para todo o sempre, começaram a querer arranjar briga com um grupo de brasileiros localizado perto. Aí eu me indignei de vez. Reprovei a atitude dos babacas. E dei as costas para aqueles tolos.

Finalmente no terceiro gol da Costa Rica, eu já estava pulando. Abraçado com nossos amigos costa riquenhos. Nossos irmãos. Afinal, o rival do meu rival, quando este rival é o Uruguai, vira meu irmão. Cantamos juntos. Vibramos. Fizemos coro de “Ticos”. E mandamos os uruguaios calarem a boca. Vão mandar no quintal de vocês. No país do futebol, não.

Porta-Retrato

A Copa do Mundo de 2014 está sendo comemorada como uma das mais emocionantes dos últimos tempos. Mas sabe qual é a Copa com a maior média de gols? A de 1954, realizada na Suíça. Naquele ano, foram 131 gols em apenas 22 jogos. Uma incrível média de 5,95 gols por partida. A pior foi a da Copa de 1990. Foram 115 gols em 52 jogos. Média de 2,21.


De olho na rede

“O Thomas Müller me trata tão bem. Queria ter mais tempo com ele… #callmemaybe”

Brazuca, bola da Copa do Mundo, via Twitter. Isto mesmo. Você não leu errado. A bola da Copa tem uma conta pessoal e “fala” em primeira pessoa. Uma bem bolada ação feita em conjunto pela Adidas e pela Fifa.


Torcedores de Berlim assistem Copa em sofá dentro de estádio

Uma agência de eventos na Alemanha decidiu chamar os fãs de futebol em Berlim para ver os jogos da Copa 2014 no Estádio Union Berlim. O que eles precisavam fazer? Levar o próprio sofá! Os caras colocaram um telão gigante, bar vendendo bebidas, decoraram o estádio com papel de parede retrô e a galera trouxe seus sofás. Foram mais de 800 sofás registrados no dia da abertura da Copa. Mais de três mil pessoas.

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Jornal da Paraíba

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