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VIDA URBANA

Rede identifica mil crianças cardíacas

Rede de Cardiologia Pediátrica é uma parceria entre a Paraíba e o Pernambuco e já identificou diversos casos de crianças cardiopatas.

Publicado em 29/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 11:19

De 2011 a 2013, os dois primeiros anos de atuação da Rede de Cardiologia Pediátrica Paraíba (PB)/Pernambuco (PE) no Estado, cerca de 40 mil crianças foram atendidas, e, durante esse período, quase mil delas foram diagnosticadas com doenças cardíacas.

Destas, 220 foram submetidas à cirurgia e as demais encontram-se em tratamento clínico, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Para a Sociedade Paraibana de Cardiologia da Paraíba (SPC), ainda não há como mensurar o grau de relevância a partir deste total de casos de crianças identificadas com algum tipo de cardiopatia no Estado.

Segundo a diretora de comunicação da entidade médica, Patrícia Rolim, esse quantitativo de diagnósticos apresentados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) se deve aos novos serviços na área de cardiologia pediátrica recentemente implantados no Estado.

“Nós temos cada vez mais diagnósticos em cardiopatia devido à chegada desses novos serviços, como a Rede de Cardiologia Pediátrica e até mesmo a chegada de cardiologistas pediátricos, que até pouco tempo atrás a gente não tinha na Paraíba. Além disso, a incidência de cardiopatia congênita não tem sazonalidade”, disse.

Só em João Pessoa, no primeiro semestre deste ano, 45 crianças cardiopatas já passaram por procedimento cirúrgico no Hospital Infantil Arlinda Marques, conforme a direção da unidade.

Metade da quantidade de cirurgias realizadas no ano passado, quando foram feitas 90 intervenções desse tipo.

A SES informou que a rede funciona por meio de uma parceria entre o governo do Estado e a Associação Círculo do Coração, do Recife, em Pernambuco. A Rede de Cardiologia Pediátrica passou por um processo de expansão este ano. Antes eram apenas 12 serviços e agora são mais de 20 unidades de saúde credenciadas para atender crianças cardiopatas no Estado, cujo projeto, financiado com recursos da SES, surgiu da necessidade de melhorar o atendimento em cardiologia pediátrica na Paraíba, que passava por problemas de diagnóstico tardio, falta de serviços para realização das cirurgias, dentre outros pontos.

O secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, por meio da assessoria de comunicação, disse que, além do aumento no número de serviços, o governo estadual também ampliou os investimentos de R$ 3,3 milhões para R$ 6,3 milhões este ano, passando a cobrir cerca de 90% dos nascimentos na Paraíba.

Waldson ainda lembrou que a Paraíba é pioneira no projeto do Círculo do Coração, destacando a importância e a potencialização desse serviço, que prioriza as crianças com problemas cardíacos. “Estamos melhorando e avançando nos serviços e capacitando os profissionais para oferecer assistência de qualidade à população, desde o atendimento ambulatorial até a alta complexidade. Esse é o compromisso que o governo do Estado tem com o povo paraibano, mas para isso é necessário estruturar os serviços em rede e contar com o apoio de todos os técnicos de saúde”, observou.

A pequena Ester, de apenas 11 meses, filha da dona de casa Rosicleide Ferreira, 35 anos, faz parte das estatísticas das crianças que ao nascerem foram atendidas pela rede. “Minha filha passou um pouco do tempo de nascer e teve algumas complicações de saúde, mas, graças a Deus, os exames realizados ainda na maternidade não apontaram nenhuma alteração no coraçãozinho dela”, declarou Rosicleide, que mora em João Pessoa.

CAPITAL

Na capital, o Hospital Infantil Arlinda Marques é referência na especialidade e segundo o diretor técnico da unidade, Fabiano Alexandria, a rede funciona integrada com o setor de identificação de cardiopatias nas 20 maternidades de todo Estado, que alcança 90% das crianças nascidas na Paraíba.

Fabiano Alexandria disse que dessas maternidades somente três são referência e estão habilitadas para realizar o ecofuncional nos recém-nascidos, sendo uma em João Pessoa, outra em Campina Grande (Isea) e também em Patos (Maternidade Peregrino Filho).

SAIBA MAIS

De acordo com a SES, os médicos que participam da Rede de Cardiologia da Paraíba realizam uma triagem por meio do exame de oximetria em todos os recém-nascidos em até 24 horas após o nascimento. Trata-se de um exame que mede a saturação de oxigênio no sangue. Nos casos em que é detectada alguma anormalidade, os bebês são encaminhados para realizar exames mais aprofundados, como o ecofuncional.

ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS CARDIOPATAS

40 mil crianças foram atendidas de 2011 a 2013 pela Rede de Cardiologia Pediátrica PB/PE no Estado e quase mil delas foram diagnosticadas com doenças cardíacas

220 crianças, das quase mil diagnosticadas, foram submetidas à cirurgia e as demais encontram-se em tratamento clínico, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES)

45 crianças cardiopatas, só em João Pessoa, já passaram por procedimento cirúrgico no Hospital Infantil Arlinda Marques, no primeiro semestre deste ano

90 intervenções cirúrgicas foram realizadas no ano passado

20 unidades de saúde são credenciadas para atender crianças cardiopatas no Estado, antes eram apenas 12 serviços oferecidos pela Rede de Cardiologia Pediátrica

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Jornal da Paraíba

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