ECONOMIA
Crise não afeta mercado de imóveis na Grande JP
Vendas de imóveis entre janeiro e abril deste ano geram faturamento de R$ 620 milhões.
Publicado em 21/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 31/01/2024 às 17:37
O mercado de imóveis na Grande João Pessoa registrou uma desaceleração no mês de abril, mas mesmo assim ainda vem ignorando a crise já enfrentada por outros setores da economia.
No primeiro trimestre, o crescimento acumulado no faturamento das vendas havia sido de 33,63%, mas com as vendas de abril sobre o mesmo período do ano passado, a taxa de crescimento caiu para 13,44%. Contudo, os números do mercado imobiliário ainda ficam bem acima dos setores do comércio e de serviços.
As vendas de imóveis comercializados entre janeiro e abril deste ano na Grande João Pessoa totalizaram 1.870 unidades, gerando um faturamento de R$ 620,028 milhões para o setor.
No mesmo período de 2013, as vendas atingiram R$ 546,545 milhões e 2.001 unidades comercializadas.
Os números são do levantamento feito pelo tecnólogo de negócios imobiliários Fábio Henriques, com base em dados do Sindicato da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP).
PREÇO MÉDIO
No ano passado, porém, a média de preços do imóvel ficou em R$ 273,135 mil, enquanto nos primeiros meses deste ano a média subiu para R$ 331,565 mil, apesar de 131 unidades vendidas a menos.
Em março de 2014, comparado ao mesmo mês de 2013, o crescimento registrado no faturamento foi de 26,1%; já nos meses de abril houve queda na mesma proporção. “Até março, houve um bom crescimento, mas em abril tivemos uma redução significativa”, conta o pesquisador e corretor Fábio Henriques.
Um dos principais fatores, segundo ele, foi a quantidade de feriados em dias úteis e a proximidade da Copa do Mundo, que atrasou lançamentos.
“É um evento grandioso que deverá trazer um retorno em longo prazo, mas tem atrapalhado os negócios imobiliários, principalmente nos dias de jogos da Seleção brasileira”, antecipa Henriques. Ele confirma também que os preços dos imóveis residenciais estão mais caros este ano.
“Na realidade os preços estão subindo na mesma proporção dos custos com material e pessoal. Por outro lado, as áreas disponíveis para construir em João Pessoa estão diminuindo. Tudo isso impacta no preço”, lembra.
MAIS CAROS
Entre os quatro primeiros meses de 2013 e o mesmo período de 2014, o preço médio de apartamentos residenciais comercializados na Região Metropolitana da capital teve um aumento de 21,39%, enquanto o número de unidades vendidas caiu 6,54%, caindo de 2.001 unidades vendidas no primeiro quadrimestre para 1.870 no mesmo período do ano passado.
Com menos imóveis vendidos e uma receita substancialmente superior, o indício é de que houve escalada nos preços dos imóveis entre 2013 e 2014.
SETOR COMERCIAL RECUA 89,1%
Enquanto as construtoras e imobiliárias têm ganhos cada vez maiores com imóveis residenciais, as vendas de salas comerciais declinam. O faturamento com imóveis comerciais entre janeiro e abril deste ano apresentou uma retração severa de 89,12%, caindo de R$ 157,642 milhões para apenas R$ 16,044 milhões. Para o corretor Fábio Henriques, o principal motivo da queda foi o volume atípico de vendas do empreendimento do ano passado com o lançamento da Dual Corporate Towers pela Planc com duas torres de 30 andares, que está sendo construído à margem da BR-230.
“Ainda há espaço para o segmento de imóveis comerciais em João Pessoa, mas ano passado recebemos, de uma só vez, um investimento de R$ 184 milhões em um mercado de R$ 16 milhões”, explica Fábio Henriques. Segundo ele, cerca de 70% das salas comerciais no DCT já foram vendidas, mas outros empreendimentos comerciais devem ser lançados em breve, embora não da mesma magnitude.
INCC
No mês de maio, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) no Estado da Paraíba teve um aumento mensal de 3,31%, considerado o maior do Nordeste e o segundo maior do Brasil.
No ano, a evolução foi de 4,62% e nos 12 meses anteriores de 5,65%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto o preço dos materiais se manteve estável, o custo da mão de obra puxou a variação nos preços após o acordo coletivo entre trabalhadores e patrões, fechado em abril.
Aproximadamente 40% do custo da obra é referente ao pessoal.
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