ECONOMIA
Varejo cresce 7,9% no semestre
Levantamento do Ifep-PB mostra crescimento no faturamento do comércio varejista da Região Metropolitana no primeiro semestre de 2012.
Publicado em 01/08/2012 às 6:00
O comércio varejista da região metropolitana de João Pessoa registrou um crescimento de 7,9% no faturamento nominal acumulado no período (sem descontar a inflação) entre janeiro e junho em comparação com o primeiro semestre do ano passado. O dado é fruto de um levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais da Paraíba (Ifep-PB), que apurou o desempenho de doze atividades de comércio nos primeiros meses de 2012. De acordo com o estudo, o faturamento real (descontando a inflação do período) foi de 2,39%.
Dos setores avaliados, nove apresentaram incremento nas vendas do ano passado para cá. O destaque ficou com as empresas de vestuário, que somaram uma alta de 17,22%, e de móveis e decoração, com 10,71%. Em seguida, vem o setor de cine, foto, som e óticas (10,6%); farmácias drogarias e perfumarias (8,74%); e supermercados e mercadinhos (7,83%).
Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês de 2011, a pesquisa constatou um aumento de 4,21% nas vendas. O setor de vestuário também foi destaque, com um avanço de 16,29%, seguido de supermercados e mercadinhos (10,89%) e móveis e decorações (9,64%).
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, as datas comemorativas do início do ano tiveram forte influência no resultado da pesquisa.
“Nos últimos meses, tivemos Dia das Mães e festas juninas.
Além disso, os consumidores já estão se preparando para o Dia dos Pais. Acredito que essa seja uma das razões para o crescimento, especialmente do setor de vestuário, já que roupas são bons presentes em qualquer ocasião”, comentou.
Somado a isso, Eronaldo acredita que o poder aquisitivo da população tem melhorado, o que teve um papel fundamental no crescimento da economia. “O salário mínimo aumentou no início do ano e a renda da casa está melhor, já que a tendência é que vários membros da família trabalhem e participem ativamente das despesas”. Para ele, os números favoráveis do primeiro semestre devem ser ainda superados pelos próximos meses.
“Quanto mais perto de dezembro, melhor para o comércio.
Sendo assim, o último semestre é sempre mais favorável. Ainda devemos conferir um crescimento de uns 25% até o final do ano”, estimou.
Apesar dos bons resultados, alguns setores sofreram retração nos primeiros meses de 2012. Em relação ao primeiro semestre do ano passado, o ramo de veículos apresentou uma queda de 8,51% e o de tecidos caiu 0,14%. Já considerando apenas os meses de junho dos dois anos, a retração foi do segmento de calçados (-9,81%), tecidos (-7,65%), eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-7,48%) e autopeças e acessórios (-2,36%).
RETRAÇÃO
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não foi suficiente para evitar a retração nas vendas de eletrodomésticos de linha branca. Para o consultor de varejo Jairo Pontes, a causa é simples. “Na minha opinião, isso ocorreu por dois fatores. Em primeiro lugar, as vendas desses produtos mais caros foram muito altas no ano passado. Como eles são de longa duração, a maioria dos consumidores não tem ainda a necessidade de trocá-los”, comentou o especialista.
O gerente da loja Armazém Paraíba, Francisco Pinheiro, confirma os dados da pesquisa. Segundo ele, as vendas estavam sendo facilitadas pela redução do IPI. No entanto, o mês de junho não teve o desempenho esperado pelo estabelecimento. “Não sei se por causa dos gastos com festas juninas, mas, de fato, houve queda em junho, quando esperávamos que as vendas se mantivessem no mesmo patamar ou aumentassem”, disse.
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