VIDA URBANA
Veículos invadem faixa exclusiva para ônibus
Descumprindo normas de trânsito, condutores de veículos trafegam em faixas exclusivas para ônibus em João Pessoa e Campina Grande.
Publicado em 25/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:42
Apesar de terem sido criados há quase 3 anos, as faixas exclusivas para ônibus no Centro e no bairro do Varadouro, em João Pessoa, continuam sendo descumpridas. De janeiro a agosto deste ano, 160 condutores foram multados após serem flagrados trafegando nessas vias. A pena é considerada leve, com multas de R$ 52,21 e acréscimo de três pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). As faixas exclusivas existem no Centro da capital.
Para o diretor de Operações da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob), Cristiano Nóbrega, o desrespeito é resultado da falta de conscientização e não de informação. “Nossa intenção não é multar e, sim, educar. Por isso, sempre realizamos campanhas educativas, damos orientações, explicações, tentando mostrar aos condutores a importância de não trafegar nas faixas exclusivas”, destacou.
Em Campina Grande, a Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STTP) também encontra dificuldades para fazer com que os condutores de veículos de passeio respeitem a indicação de faixa exclusiva para ônibus.
Na avenida Canal, após o alargamento da via, durante um mês o órgão de trânsito manteve uma equipe atuando em campanha educativa para orientar os motoristas sobre o assunto, mas a desobediência às normas persiste.
“Infelizmente, há motoristas que teimam em infringir as regras. Agora, eles já estão passíveis de penalidades caso invadam a faixa exclusiva dos ônibus. A multa para este tipo de infração é de R$ 85 e perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação”, frisou Henrique de Castro, assessor técnico da STTP.
Em João Pessoa, as faixas foram implantadas em 2010, com a meta de desobstruir o tráfego em alguns trechos do Centro. A medida foi adotada, inicialmente, no anel interno do Parque Solon de Lucena, onde é possível ver com facilidade motoristas cometendo a infração. O local possui três faixas para a passagem de carro e reúne a maioria das linhas de ônibus que cruzam a cidade.
Uma das faixas ficou reservada apenas para o tráfego de transportes coletivos. Com isso, as demais vias ficaram livres para o trânsito de carros particulares. A divisão causou mais organização e reduziu a intensidade dos congestionamentos, como explica Cristiano Nóbrega.
“As faixas foram criadas para dar agilidade e mobilidade ao trânsito e precisam ser respeitadas. Quando um condutor não autorizado trafega nessa área, impede que os ônibus transitem e causa problemas para todo mundo”, disse Nóbrega.
Após mudar o tráfego viário no Parque Solon de Lucena, o governo municipal ampliou em mais três quilômetros a extensão das faixas exclusivas, estendendo o espaço até o Varadouro. As vias se prolongam pelo viaduto Miguel Couto, avenida Cardoso Vieira, avenida Cândido Pessoa, avenida Sanhauá, avenida Desembargador Trindade, rua Padre Azevedo, rua Padre Meira e só terminam no cruzamento da avenida General Osório com a rua Guedes Pereira.
A criação dos espaços reservados faz parte do plano elaborado pelo governo municipal para melhorar a mobilidade urbana em João Pessoa. A cidade já possui a maior frota do Estado. Dos 937.304 veículos emplacados na Paraíba, 293.675 estão na capital. O percentual equivale a 31,33%, segundo estatísticas divulgadas pelo Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran-PB).
Além dos veículos particulares, as ruas da cidade são ocupadas por 454 coletivos. Eles são distribuídos em 92 linhas e realizam cerca de cinco mil viagens diárias, transportando passageiros dos bairros até o Centro.
Apesar dos registros de 160 multas aplicadas em apenas oito meses, o diretor de Operações da Semob, Cristiano Nóbrega, observa que o número não condiz com a realidade nas ruas. Segundo ele, as infrações são subnotificadas. “Essas infrações foram apenas aquelas vistas pelos agentes de trânsito. Mas as equipes não ficam o tempo todo no mesmo lugar. Com certeza, a quantidade de infrações é muito maior”, acrescentou. (Colaborou Tatiana Brandão)
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