VIDA URBANA
Estudantes mantêm greve na UFPB
Estudantes irão aguardar propostas de melhorias para o centro de ensino; movimento quer a volta das aulas práticas nas clínicas.
Publicado em 20/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 14:39
Após três horas de reunião da comissão do movimento de greve do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com a reitora da instituição, Margareth Diniz, os estudantes decidiram, ontem, manter a greve estudantil até a próxima quinta-feira.
Eles vão aguardar que representantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) formalizem as propostas de melhorias para o centro de ensino. O encontro aconteceu no auditório de fonoaudiologia em João Pessoa. O movimento grevista que começou na última sexta-feira quer pressionar a reitoria para solucionar a falta de estrutura e a volta das aulas práticas nas clínicas.
De acordo com a aluna do 9º período de Odontologia e membro da comissão do movimento de greve, Amanda Dal Piva, a paralisação foi votada por unanimidade. Cerca de 300 estudantes, além de professores, servidores e representantes do CCS participaram da reunião de ontem. Os alunos reclamam que já foram cursados 25% da carga horária, mas não realizaram nenhuma clínica.
Segundo ela, entre reivindicações da greve estudantil, além do retorno imediato das clínicas escolas, estão a busca por melhorias no departamento de morfologia, retorno da central de estabilização e melhoria na segurança e nos banheiros do CCS.
Amanda Dal Piva ainda explicou que pelo menos 60 pessoas estão deixando de ser atendidas por dia. Nas clínicas de odontologia “não temos como atender a sociedade. Nos preocupamos com os pacientes que precisam dos serviços”, explicou. A integrante da comissão de greve afirmou também que as dificuldades no curso estão presentes em várias clínicas no decorrer dos períodos, mas surge, principalmente na primeira delas que é a de cirurgia realizada no 4º período.
Outro problema surgiu com o início da greve dos servidores que prejudicou o funcionamento do curso, pois a esterilização dos materiais depende deles e de estagiárias, mas eles não têm autorização para ficarem sozinhos no local. “Dentro dos 30% de funcionários que está na Lei de Greve, não há nenhum na esterilização. Não temos como esterilizar o material e nem utilizá-los. Com isso as clínicas foram paralisadas, o que representa um prejuízo para os estudantes e para a comunidade que deixa de contar com o serviço”, frisou.
Com tantos problemas presentes no curso, a graduanda preocupa-se com a qualificação dos futuros profissionais de odontologia. “Não temos como aprender conteúdos desse período em outro. Nesse momento e diante dessas dificuldades, posso dizer que em relação às disciplinas do 9º período eu não me sinto preparada e qualificada para me inserir no mercado de trabalho, pois são disciplinas exclusivas desse período, entre teóricas e práticas, como a de prótese dentária. Então, se todos os alunos do 9º período não tiverem a reposição dessa clínica prática, sairemos do curso sem fazer um tratamento protético correto”, observou.
A representante estudantil afirmou que apesar da direção do CCS ter apresentado propostas de melhorias, como o retorno das equipes de esterilização e de reformas da infraestrura do centro, a comunidade acadêmica só retorna da greve quando receber um documento formalizando as medidas. “Vamos aguardar até quinta-feira, quando a direção do CCS vai apresentar a proposta em uma nova assembleia”, ressaltou.
A direção do CCS foi procurada para comentar o assunto, mas, apesar dos vários telefonemas, não atendeu às ligações. (Colaborou Luzia Santos)
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