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CULTURA

O raio X de Isabella

Cantora Isabella Taviani lança novo disco independente, com o título de 'Eu Raio X'. Ela também planeja homenagem aos irmãos 'Carpenters'.

Publicado em 08/06/2012 às 8:00


Fã dos Carpenters desde a juventude (“aprendi a cantar ouvindo os dois”, avisa, ao telefone), Isabella Taviani estava prestes a mergulhar em um projeto em homenagem à dupla. Hoje, 15 quilos mais magra e quase sem nenhum fio de cabelo, a intérprete acaba de lançar Eu Raio X (Independente, R$ 24,90), disco autoral que abortou temporariamente uma ideia que ela quer retomar no futuro.

“A sugestão foi do Marcelo Fróes. Gravamos duas músicas ('A song for you' e 'Superstar'), e até meu sotaque ficou com aquele acento do Sul dos EUA. Eu era muito fã dos Carpenters. No passado, eu cheguei até a namorar o presidente do fã-clube no Brasil e, quando a Karen morreu, eu quase morri junto”, lembra Taviani.

Engana-se, porém, quem acha que a magreza da artista tem alguma relação com a anorexia de seu ídolo. Segundo a cantora, a proposta tem a ver diretamente com o conceito do álbum, que remete aos versos da canção quase homônima 'Raio X', da compositora mineira Myllena: “Se eu pudesse fotografaria de dentro pra fora a melodia / Imprimia o coração numa película escura e cinza / Abriria o peito, a pele inteira, a alma fria / Pra te chamar de meu”.

Taviani explica: “O raio X te penetra, te desnuda. Resolvi emagrecer e raspar o cabelo para me despir, me limpar, fazer uma limpeza interior e exterior”. O apelo visual encontra-se estampado no encarte do disco e na proposta que a artista lançou a seus fãs: a de enviar, pela internet, imagens de exames de raio X para compor o cenário do show, que já tem previsão de visitar algumas capitais do nordeste no segundo semestre, incluindo João Pessoa.

“Já temos um número bem razoável de chapas, mas ainda não é suficiente”, conta Taviani. “Vamos estrear no Citibank Hall (no Rio de Janeiro), uma casa que tem um pé direito enorme, e se não conseguirmos mais imagens dos fãs, vamos ter que recorrer aos arquivos mortos dos hospitais”, conclui, pedindo aos interessados que acessem o seu site www.isabellataviani.com para saber mais detalhes da promoção.

Acompanhada por uma banda que inclui nomes como Max Viana e André Vasconcellos (filhos de Djavan), Taviani comenta que almejou, com o seu novo trabalho, revelar também uma faceta de seu trabalho ligado a instrumentos de cordas como o ukelelê (que ela toca na faixa “Roda gigante”) e o violão (ao qual Pedro Braga imprime uma levada flamenca em 'Mulher sábia').

Isabela conheceu o instrumento havaiano nas mãos de artistas estrangeiros: “Eu adoro estes instrumentos exóticos, como o charango e o banjo. Encontrei um ukelelê (ela pronuncia “ukulelê”) a um preço acessível em São Paulo e levei para o estúdio. Eles me lembram muito o Elvis (Presley, que toca em um de seus filmes)”.

Quanto ao violão flamenco, que enceta um refrão com ecos de funk carioca, Isabela afirma que sempre teve uma “mão esquerda meio flamenca”, e que se deixou render ao batidão, a exemplo de colegas da velha guarda como Gal Costa, em seu último álbum lançado: “Se até a Gal se rendeu, por que não eu? Vou ter que descer até o chão, mas na música é assim, para cada canção um personagem”, conclui.

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Jornal da Paraíba

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