VIDA URBANA
Blocos carnavalescos se preparam para um Folia de Rua mais econômico
Dirigentes buscam parcerias privadas para driblar a crise e manter a animação nas prévias carnavalescas de JP.
Publicado em 10/01/2016 às 8:00
Se é verdade que o brasileiro sempre arruma um jeitinho para burlar as dificuldades, quando o assunto é Folia de Rua, festa que no próximo dia 29 abre as prévias carnavalescas em João Pessoa, o ditado não poderia ser diferente. Em tempos de crise econômica, com baixo investimento nos blocos que compõem a festa, os organizadores do evento adotam estratégias para que a comemoração não perca o brilho e a alegria que há 29 anos levantam foliões na capital paraibana.
Seja investindo nas atrações regionais ou apostando em novas alternativas para captação de recursos, a expectativa é que os blocos este ano sejam mais contidos que nos anos anteriores, mas com a mesma energia que marca a festa, destaca o presidente do Folia de Rua, Antônio Toledo.
“Teremos cortes nos investimentos, porque a Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa) diminuiu a verba em 60%, e as empresas patrocinadoras também estão mais contidas. Mas a festa não vai perder o brilho. O pessoense espera por essa festa, porque não temos um Carnaval forte, então o pré-Carnaval é nossa principal festa da época”, disse.
Diante do atual cenário, os blocos pequenos poderiam ser os principais afetados, tendo em vista a maior dificuldade em conseguir patrocínio das grandes empresas. Alguns deles, contrariando a tendência, encontram na fraternidade dos moradores e na parceria dos pequenos comércios locais a solução para pular a crise.
Presidente de um dos blocos de bairro mais tradicionais da cidade, o Elefante da Torre, Flauber Santos resume o espírito da época. “Independente dos patrocínios públicos e privados, nós vamos colocar a folia na rua. Os nossos mestres nos ensinaram que a gente deve botar o bloco na rua nem que seja batendo lata. Com a união dos moradores, a festa acontece”, destacou.
A organização do Elefante da Torre buscou aliados no próprio bairro. “Fomos atrás dos nossos amigos. Conversamos com lojistas do bairro, pequenos comerciantes que nos ajudam a sempre fazer uma festa bonita para os moradores da Torre”, disse Flauber Santos.
O bloco sai dia 5 de fevereiro. Para este ano, a expectativa é que sejam 500 foliões no arrastão, número menor que anos anteriores. “Já chegamos a ter dois mil foliões nas ruas”, apontou Flauber.
Apesar dos cortes nos recursos oficiais, a programação oficial do Folia de Rua será definida amanhã (11) em uma reunião entre secretários da gestão municipal e dirigentes da Associação Folia de Rua e dos blocos independentes. “A decisão acerca do corte foi tomada em razão da situação de crise por que passa a administração municipal, que mesmo com o caixa reduzido, não admitiu a possibilidade de abandonar o seu pré-Carnaval”, disse Maurício Burity, diretor-executivo da Funjope.
Investimento da prefeitura
R$ 250 mil que serão distribuídos em 45 agremiações, sendo 41 filiadas ao Folia de Rua e quatro blocos independentes. No ano passado, a verba destinada ao bloco de rua foi de 640 mil.
O que pode ser feito com os recursos
O orçamento prevê a destinação para realização do pagamento de trios elétricos e custos com a montagem da estrutura da festa, como palcos, banheiros químicos e disciplinadores, além do pagamento dos cachês dos artistas.
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