Ministro da Saúde é liberado para votar na reeleição de Picciani

Em meio a um surto de microcefalia no país, o governo deu carta branca ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, para que ele saia temporariamente da pasta e reassuma o mandato de deputado federal a fim de reforçar o apoio ao líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e tentar garantir sua reeleição.
A presidente Dilma Rousseff, inicialmente resistente à saída do ministro, foi convencida de que a saída temporária dele não prejudicaria as ações contra o vírus zika.

Além disso, a avaliação é de que é melhor enfrentar críticas momentâneas sobre o afastamento do ministro do que correr o risco de uma vitória de Hugo Motta (PMDB-PB), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em conversas reservadas, Castro tem manifestado intenção de participar da disputa interna, marcada para amanhã. Na tentativa de garantir sua reeleição, Picciani pediu ao ministro que assuma o mandato, uma vez que seu suplente, Flavio Nogueira (PDT-PI), não pode votar por ser de outra legenda.

Além dele, o líder peemedebista articulou o retorno para a Câmara do secretário municipal Pedro Paulo Carvalho (Governo) e do secretário estadual Marco Antônio Cabral (Esporte), ambos do Rio de Janeiro.
Embora não exclua a possibilidade de deixar o ministério para participar da eleição, Castro disse não haver "nenhuma decisão" sobre o tema. "Não discutimos com ninguém em profundidade sobre o assunto".O ministro tem agenda hoje pela manhã para tratar de ações brasileiras contra o vírus zika. Caso se confirme, sua exoneração deve ser publicada no DOU (Diário Oficial da União) em edição extra hoje ou amanhã.