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CULTURA

Poesia fusion

Músico Paulo Ró lança seu novo trabalho, o independente 'Sob o Sol' neste sábado (22) na Associação Balaio Nordeste.

Publicado em 22/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:33

Sob o sol de Lucena, município do Litoral Norte do Estado, Paulo Ró e o poeta maranhense Fábio Kerouac se encontraram e deste encontro saiu o novo disco do músico paraibano, o independente Sob o Sol, que Paulo lança hoje à noite com pocket show na Associação Balaio Nordeste (no térreo da Associação Comercial, na av. Maciel Pinheiro, no Centro de João Pessoa), a partir das 20h, com entrada gratuita.

Semana passada, o disco foi lançado na Alemanha, onde Fábio mora desde 2005. “Foi numa galeria de artes em Hamburgo.

Algumas pessoas leram poemas de Fábio e depois eles botaram o CD para tocar. Dá para ver (o lançamento) no YouTube”, conta um orgulhoso Paulo Ró.

Paulo e Fábio - cujo sobrenome artístico deriva de um ídolo do poeta, o beatnick Jack Kerouac (1922-1969) - se conheceram em João Pessoa nos anos 80 e só voltaram a se falar no início dos anos 2000, quando o cofundador do Jaguaribe Carne recebeu o livro do maranhense, Versos Colhidos no Orvalho, de 2003.

Paulo musicou alguns poemas do livro e começou a conversar com Fábio sobre um disco. “A gente já estava na era da internet e comecei a conversar com ele, dizendo que estava musicando alguns poemas. Foi quando ele me disse que gostaria de voltar ao Brasil e passar pela Paraíba”, conta Paulo.

Durante uma estadia de uma semana na casa do músico paraibano, em Lucena, Fábio Kerouac escreveu mais dois poemas inspirados na cidade, ‘Cantor do tempo’ e ‘Tina disse’. “Se você prestar bem atenção nas letras, verá que são coisas de Lucena”, comenta o músico.

Esses dois poemas se unem a outros seis do livro e compõem o repertório de Sob o Sol, gravado entre janeiro e junho de 2008 no estúdio Peixe Boi, em João Pessoa, com um grupo formado por Helinho Medeiros (teclados/escaleta), Marcelo Macedo (guitarra/violão de aço) e Jorge Negão (contrabaixo).

Paulo toca o violão, a viola de dez cordas, o cavaquinho, a percussão e ainda divide os vocais com a esposa, Tina Nascimento, que colocou voz na metade do repertório.

O luxuoso trio forneceu uma base segura e criativa para Paulo e Tina. Sob os arranjos e a direção musical de Ró, Helinho, Marcelo e Jorge puderam improvisar uma cama de jazz fusion e rock progressivo que sustenta os versos de Fábio, às vezes cortantes (‘Só’), às vezes angustiantes (‘Versos colhidos no orvalho), às vezes esfuziantes (‘Sob o sol’), às vezes bucólicos (‘Cantor do tempo’).

“Esses meninos são músicos que estão acima do meu nível de compreensão. Então quando eu digo como eu quero (o arranjo), parece que acende uma coisa na cabeça deles e eles vão em cima”, conta Paulo, que ilustra: “Quando Marcelo gravou aquela guitarra de ‘Insônia’, eu disse ‘Tá pouco! Pode berrar!’”.

O disco ainda tem um verniz andino (como notou o cantor e compositor Milton Dornellas em conversa com Ró), corroborado por algumas levadas de violão e percussão e por uma canção em espanhol, a bela faixa de abertura ‘En las calles’, dedicada ao poeta Pablo Neruda (1904-1973).

Segundo Paulo, o poema originalmente foi escrito em espanhol e a dedicatória foi feita por Fábio, afinal Neruda é, segundo o músico paraibano, um porta-voz global do que a geração dele e de Fábio queriam expressar. “Esses artistas, poetas e escritores com quem tínhamos contato, foram os que ajudaram a gente a perceber que nós não estávamos sozinhos. Foram importantes, politicamente e culturalmente, para dar suporte ao que a gente dizia e fazia por aqui”.

Sob o Sol soa moderno, elétrico, latino-progressivo e antenado.

Essa sonoridade, admite o paraibano, é resultado da grande quantidade de informação que ele acumula desde que ouvia música erudita em casa, quando criança, passando pelo processo de experimentação livre que empregou junto ao Jaguaribe Carne, dele e do irmão, Pedro Osmar, desaguando em sua incessante busca por novas sonoridades que encontra em artistas contemporâneos como o grupo americano The Mars Volta e o cantor inglês James Blake.

“Eu escuto muita música, e de todos os lugares”, conta. “Então quando eu vou compor, quando eu vou fazer arranjos, vem tudo na minha cabeça. Eu não sei compor dizendo assim: vou fazer uma música desse jeito”, admite.

NOVOS PROJETOS

Paulo Ró promete emendar Sob o Sol com outra parceria, de outro poeta, desta vez um gaúcho. Ele diz que já começou a ensaiar para gravar um disco com poemas de Lau Siqueira, atual presidente da Funesc. “Eu tô querendo fazer um trabalho totalmente acústico”, revela. “Queria ver se até julho eu gravava (esse disco, que ainda não tem título)”.

Também tem, dentro da gaveta, outro “disco de poeta”, desta vez com a carioca Roseana Murray, o Receitas de Olhar, ainda no papel. “Na minha cabeça, esse disco precisa de uma grande produção, porque eu gostaria de fazê-lo com uma orquestra sinfônica e possivelmente eu nunca vou conseguir fazê-lo”. Tomara que consiga!

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Jornal da Paraíba

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