ECONOMIA
Fracassa 2º leilão do milho para o rebanho
Pela segunda vez consecutiva, Conab não conseguiu vender as 103 mil toneladas de milho que seriam entregues nos portos do Nordeste.
Publicado em 30/04/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:59
Aconteceu novamente. Pela segunda vez consecutiva, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não conseguiu vender as 103 mil toneladas de milho a granel que seriam entregues nos portos do Nordeste para socorrer os produtores de municípios atingidos pela seca. Na primeira tentativa, os produtores alegaram que o prazo para a entrega do insumo pelo mar era apertado demais (entre 2 e 8 de maio). Então, nesta última, a Conab estendeu o período (para entre 27 de maio e 11 de junho), manteve os preços (a saca de 60 quilos de grão será vendida a preço subsidiado de R$ 18 a R$ 21), mas permaneceu no insucesso.
Do total previsto neste segundo leilão, a Conab só encaminhou as 20 mil toneladas (19,4% do total) que seguirão para a Bahia.
Mas a Paraíba (16 mil t), o Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco permanecem sem nenhum grão até segunda ordem. O próximo pregão está marcado para o próximo dia 6 de maio e a entrega, conforme o edital, deve acontecer um mês depois. A culpa pelo adiamento, segundo o superintendente da Conab na Paraíba, Gustavo Guimarães, é da operação via porto que é muito onerosa e pouco interessante para os compradores.
“Ela é intermodal, quer dizer, utiliza a cabotagem e o meio rodoviário, então fica mais cara e, por sua vez, menos atrativa. Além disso, no caso paraibano, a forma de sucção do Porto de Cabedelo, é muito arcaica”, comentou.
Segundo o último levantamento do Ministério da Integração, na Paraíba, 199 dos 223 municípios se enquadram em 'situação de emergência'. Eles são, portanto, aqueles que poderão comprar o milho, quando ele vier. Para viabilizar isto, a Conab-PB deverá propor na próxima quinta-feira – durante a reunião do Comitê Gestor do Programa do Milho – que insumo venha para o Estado por via terrestre e não através do porto. “Tentar pelo porto está complicado”, acrescentou o superintendente.
Sobre o assunto, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, acredita que as condições da Conab é que são insuficientes. “Já houve um reajuste, mas este não foi suficiente. Acho que é preciso fazer um novo edital para viabilizar isto, porque o Nordeste é quem continua sofrendo e a situação é de urgência”, disse.
Vale lembrar que os leilões são organizados pela gerência nacional da Conab. A Companhia ficou autorizada, por meio da Medida Provisória 610, a doar o milho adquirido aos governos estaduais para que o grão seja vendido a pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos. Ainda de acordo com a MP, a venda do grão será feita pelo Governo do Estado onde se localiza o município atendido.
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