VIDA URBANA
Mangueira lembra datas festivas na Sapucaí
Festas brasileiras foram o tema escolhido pela Estação Primeira de Mangueira, que deu destaque ao São João de Campina Grande.
Publicado em 04/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/07/2023 às 12:26
O primeiro dia do desfile de escolas de samba do Grupo Especial do Rio foi marcado por homenagens à História do Brasil e às tradições herdadas pelos povos africanos. Seis escolas passaram pela Sapucaí entre a noite de domingo e a madrugada da última segunda-feira: Império da Tijuca, Grande Rio, São Clemente, Mangueira, Salgueiro e Beija-Flor.
As festas brasileiras foram o tema escolhido pela Estação Primeira de Mangueira para tentar ganhar seu 20º título do Grupo Especial do Rio. A escola levou à avenida 36 alas e sete alegorias para contar as origens e características das principais datas festivas do país. Os mais de 500 anos do Brasil foram retratados a partir de suas celebrações.
"Pegue seu par, dance quadrilha / 'simbora' pro meu sertão / vem pular fogueira / viva são João!", cantou o refrão do samba da Mangueira na madrugada de segunda-feira.
A ‘verde e rosa’ teve uma ala dedicada aos festejos juninos de Campina Grande e levou para a avenida os cantores paraibanos como Biliu de Campina, Lucy Alves e Genival Lacerda, que participaram desfilaram em um dos carros alegóricos do desfile.
A "festança brasileira" da Mangueira passou bonita e animada pela Sapucaí, agitando o público e encantando pelas alegorias bem acabadas - marca da carnavalesca Rosa Magalhães -, alas coreografadas e entusiasmo dos 4.500 componentes. No entanto, a escola, que saudou as festas mais populares de diferentes regiões do País, fez um desfile irregular.
Começou bem, com uma comissão de frente singela, porém potente e de fácil compreensão, que simbolizava a evolução das festas desde os primeiros contatos dos indígenas com os europeus. E acabou mal, com a escultura mais alta do quinto carro alegórico decepada pela torre de TV. A torre tem 9,3 metros de altura e, em geral, por precaução, os carros alegóricos mais altos chegam a, no máximo, nove metros. A escultura de índio, que representava o pajé da festa do boi de Parintins, no Amazonas, foi decapitada. Isso aconteceu bem em frente à última cabine de jurados e provocou tensão entre os mangueirenses.
Além do carnaval carioca, a Mangueira vai apresentar festas e manifestações culturais que arrastam multidões pela Brasil afora, como festa junina, folia de reis, festa da uva, o boi de Parintins, o congado e as procissões de fé, que no meio do sincretismo religioso que junta santo e orixá em seu louvor.
GRITO DE 'CAMPEÃ'
Com um enredo sobre a preservação da Terra, o Salgueiro foi a única escola a ouvir o grito de "campeã" no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí. No entanto, pode perder pontos decisivos por causa de problemas em três carros alegóricos. O abre-alas, por exemplo, quebrou no início da apresentação e deixou 'buracos' na pista, o que pode prejudicar a escola nos quesitos conjunto e evolução.
Última escola a se apresentar, a Beija-Flor fez um desfile exuberante, mas sem grandes emoções. A escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, homenageou o empresário e ex-superintendente da TV Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Levou vários artistas para a avenida, entre os quais Antonio Fagundes, Tarcísio Meira e Regina Duarte, e os apresentadores Faustão e Pedro Bial. A Beija-Flor também teve contratempos. No final do desfile, um destaque no alto de um carro alegórico perdeu parte da fantasia ao se chocar com a torre de TV.
Durante o primeiro dia, a Império da Tijuca abriu o desfile. O enredo Batuk esquentou o público e marcou o ritmo forte de tradições africanas. Em seguida, veio a Acadêmicos do Grande Rio veio em seguida e trouxe o enredo Verdes Olhos de Maysa sobre o Mar, no Caminho: Maricá mostrando as belezas da cidade da região dos lagos do Rio por meio do olhar de Maysa.
Outra agremiação que se apresentou foi a São Clemente, que costuma escolher temas que tratam de questões sociais levou este ano a Favela para a avenida. A escola de Botafogo, na zona sul do Rio, teve na animação dos componentes um ponto forte do desfile.
Mais seis escolas de samba desfilaram nesta segunda-feira e madrugada de terça-feira na Marquês de Sapucaí, no segundo dia do Grupo Especial do Rio. Desfilaram a Mocidade Independente. Em seguida, vão passar União da Ilha, Unidos de Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Portela e Unidos da Tijuca.
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