VIDA URBANA
Falta doador para suprir casos
Baixo número de doadores cadastrados dificulta o processo de coleta de órgão e em muitas ocorrências a família desiste de fazer doação.
Publicado em 26/02/2015 às 6:00 | Atualizado em 21/02/2024 às 12:36
A diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lys Montenegro, garante que o número expressivo de pessoas na fila de transplantes da Paraíba é justificado pelo pouco quantitativo de doadores. Ela relata que, apesar das campanhas de conscientização e do trabalho que vem sendo feito pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), ainda são poucos os doadores cadastrados.
“Esse número varia ano a ano. É difícil manter uma regularidade. Tiramos um da lista, e entram dois. É muito difícil zerar, manter um fluxo de transplante alto. Temos um déficit de doações, os períodos em que a mídia faz campanhas com artistas e noticiam casos de maior repercussão, as pessoas se sensibilizam e entendem a importância da ação. Isso ajuda a aumentar a quantidade de doadores”, pontuou.
Gyanna Lyz Montenegro relata que nos casos como os transplantes de pâncreas e coração, não foram registrados procedimentos porque tanto em 2013 como em 2014 não houve doadores cadastrados.
Para a Central de Transplantes, as notificações de doadores nas UTIs acontecem pouco e isso é um dos fatores que mais atrapalha a doação.
“O principal obstáculo enfrentado é na abertura do protocolo, que inicia nas unidades. Muitos hospitais ainda não fizeram a determinação para que se identifique um potencial doador na UTI. É preciso fechar o diagnóstico de morte encefálica e comunicar a família, para que se tenha início ao processo”, destacou. Mesmo após a identificação do doador, existem casos em que no fim do processo a família acaba desistindo de doar.
Sobre a quantidade de hospitais que fazem transplantes na Paraíba, Gyanna Motenegro contesta o presidente da Associação de Renais Transplantados e Doadores da Paraíba (Renais-PB), Carlos Roberto da Silva Lucas, e revela que além do Antônio Targino, o hospital particular Hospital Unimed - Alberto Urquiza Wanderley também faz transplantes de coração e rins pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Apesar de só termos dois hospitais credenciados pelo SUS, temos quatro equipes que suprem à necessidade dessa cirurgia no Estado. Para ampliarmos os serviços tem que haver maior demanda de doadores. Não é tão simples. A equipe precisa ser vinculada ao hospital que também precisa exigir vários critérios exigidos pelas normas do Sistema Nacional”, concluiu.
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