VIDA URBANA
Policiais civis fecham delegacias e suspendem investigações
Agentes entram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira e delegados da Polícia Civil iniciam movimento na quinta-feira. Saiba como ficará o atendimento.
Publicado em 21/10/2009 às 7:13
Karoline Zilah
As delegacias da Polícia Civil amanheceram com suas atividades paralisadas em todo o estado nesta quarta-feira (21). Iniciada por volta da meia-noite, a greve dos policiais civis já conta com a adesão de cerca de 85% dos servidores em apenas 6 horas.
O movimento foi deflagrado por tempo indeterminado. Sem acordo salarial fechado com o Governo do Estado, a categoria resolveu suspender vários serviços, inclusive as investigações criminais. Um agravante para esta situação é a paralisação dos delegados de Polícia Civil, que começa na quinta-feira (22), também sem término previsto.
Em negociação há cerca de oito meses com as secretarias de Administração e Segurança Pública, as categorias resolveram cruzar os braços. De acordo com o presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba (Aspol-PB), Flávio Moreira, eles não cobram aumento salarial, mas a isonomia no tratamento entre os reajustes concedidos às diversas carreiras da Polícia Civil.
Já os delegados reivindicam paridade com os salários dos procuradores e o pagamento do Risco de Vida, que teria sido cortado em 50% pelo governo estadual. Cláudio Lameirão, presidente da Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia Civil da Paraíba (Adepdel), informou ainda que a greve só será suspensa se for apresentada uma proposta concreta.
As duas categorias afirmam que 30% do efetivo de delegados e de agentes da Polícia Civil continuarão trabalhando, em cumprimento a determinação prevista em lei.
Os profissionais dos dois movimentos pareditas organizaram juntos uma cartilha para orientar a população sobre os serviços que estão suspensos. As informações foram divulgadas no site da Aspol, no endereço www.aspolpb.com.br .
As categorias também divulgaram como vai ficar a escala de trabalho nas delegacias da região metropolitana. Segundo a Aspol, o expediente e os plantões serão centralizados na Central de Polícia.
Confira abaixo como ficará o atendimento durante a greve:
DELEGACIAS DISTRAIS
Plantão
- Somente serão realizados os flagrantes relativos a réu preso;
- Nenhum termo circunstanciado será lavrado;
- Não será feito registro de ocorrências, salvo as que referirem aos crimes hediondos;
- Os rádios permanecerão ligados, porém, não se fará utilização dos mesmos;
- Qualquer contato deverá ser feito via telefone;
Cartório
- Não realizará qualquer atividade cartorária a exceção de concluir ao Delegado de Polícia os autos vencendo (carimbo de conclusão), bem como fará encaminhamento dos flagrantes de réu preso com prazo expirado à Corregedoria.
Carceragem
- Somente atenderão solicitação judicial;
- Não haverá visita aos presos;
- Não haverá banho de sol;
Investigações criminais
- Não serão feitas;
DELEGACIAS ESPECIALIZADAS
- Não funcionarão;
- As especializadas que possuem serviços de plantão seguirão os mesmos métodos aplicados aos plantões das distritais;
- Na Carceragem das Centrais de Polícia não haverá visitas aos presos;
- Não atenderão ao rádio;
INSTITUTO DE POLÍCIA CIENTÍFICA
Departamento de Criminalística
- Realizará perícia somente nos seguintes casos: flagrante com réu preso, crimes hediondos e ocorrência em que haja cadáver no local;
Departamento de Identificação
Atenderá:
- As ocorrências que o IC atender;
- Encaminhamento das DP’s (flagrantes de crimes com Réu Preso);
- Solicitações do IML para identificação de cadáver ignorado;
Casas da Cidadania
- Fechadas
Instituto de Medicina Legal
- Efetuará a remoção e liberação de corpos;
- Não realizará perícias em vivo, com exceção de autores e vítimas envolvidas em flagrantes com réu preso e crimes hediondos;
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