VIDA URBANA
Empresa de gases hospitalares suspende fornecimento à Saúde de João Pessoa
Gases são indispensáveis para internações, cirurgias, além de outros procedimentos necessários para a manutenção da vida dos pacientes.
Publicado em 15/07/2015 às 8:14
Desde a última segunda-feira as unidades hospitalares de João Pessoa estão sem receber gases medicinais, indispensáveis para a internação de pacientes, realização de cirurgias, além de outros procedimentos necessários para a manutenção da vida dos pacientes. Conforme nota enviada à imprensa, a empresa responsável pelo fornecimento do serviço à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a suspensão no serviço ocorreu devido à falta de pagamento e à finalização do contrato existente.
A empresa responsável pelo serviço é a Linde Gases LTDA. Além dos gases oxigênio e outros, que não foram especificados na nota nem pela SMS, a empresa ainda tinha como serviço ofertado a locação de equipamentos de suporte dos gases e a realização de serviços de manutenção preventiva e corretiva, para a garantia do bom funcionamento desses equipamentos. Todos esses serviços foram suspensos na segunda-feira, conforme pronunciamento da empresa.
Ao todo, o atraso no pagamento teria ultrapassado os 90 dias e, além disso, o contrato número 064/2010, firmado com a SMS, também chegou ao fim, em um prazo não especificado. A reportagem tentou entrar em contato com a empresa responsável pela oferta dos serviços, contudo, apesar das inúmeras tentativas, não obteve êxito até o fechamento desta edição.
A assessoria de comunicação da SMS também foi questionada quanto aos serviços ofertados, aos locais que dependiam da oferta dos gases, aos serviços realizados pela Linde Gases, aos possíveis prejuízos à população e às medidas que serão tomadas para garantir a permanência dos atendimentos. Por meio de nota, a assessoria se limitou a informar que foi notificada acerca da suspensão do fornecimento dos materiais por parte da empresa. Ela informou que trabalhos estão sendo realizados no sentido de normalizar os pagamentos de acordo com a legalidade dos processos e garantir a assistência nos serviços oferecidos à população.
Ainda quanto ao tema, a assessoria disse que, apesar de não ter mais detalhes, foi informada de que uma nova empresa deverá ser contratada para realizar o serviço, contudo ainda não existe previsão de prazo para que isso aconteça. Até o momento, as unidades de saúde estariam utilizando estoques remanescentes para garantir o funcionamento normal das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e cirurgias mesmo sem a oferta do serviço pela Linde Gases LTDA.
CRM acionária Secretaria de Saúde
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), João Medeiros, informou que a falta de oxigênio nas unidades hospitalares é algo preocupante e que pode levar a um colapso na rede de saúde da capital. Segundo ele, o oxigênio é indispensável não somente para pacientes de UTI, mas para aqueles que possuem dificuldades respiratórias, para a realização de pequenos e grandes procedimentos cirúrgicos. Ele destacou que o CRM procurará a secretaria de saúde para cobrar uma resposta acerca do tema.
“Nós não fomos acionados e não tomamos conhecimento dessa questão, mas destaco que isso é algo grave e que poderá trazer um prejuízo enorme e até um colapso. É preocupante e extremamente grave. Iremos, como Conselho, contatar a secretaria para saber mais informações, mas acreditamos que a secretária, que é médica e entende a necessidade disso, deverá tomar providências o quanto antes”, comentou.
A reportagem ainda procurou a promotora da saúde da capital para saber se o não fornecimento desses insumos são de conhecimento do órgão e que medidas serão tomadas face a essa situação, contudo, até o fechamento desta edição, não conseguiu estabelecer o contato.
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