ECONOMIA
Emprego tem pior janeiro na PB
Saldo de empregos com carteira assinada, apresentou queda de 2.699 vagas, sendo o pior registro de empregabilidade dos últimos seis anos.
Publicado em 23/02/2013 às 6:00
O saldo de empregos com carteira assinada no mês de janeiro na Paraíba apresentou queda de 2.699 vagas. O número de desligamentos (15.609) foi bem maior que as admissões (12.910) no primeiro mês do ano. Este foi o pior registro, em termos de empregabilidade no Estado, dos últimos seis anos no mês de janeiro. O setor que mais impulsionou esta queda foi o da indústria de transformação, cujo saldo foi de menos 1.832 postos de trabalho. O Estado configura como o quinto da região Nordeste em saldo negativo (Veja quadro com ranking).
Os dados foram divulgados ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O segundo setor com maior queda foi o da agropecuária (- 1.206), e o terceiro o do comércio (-435).
O setor que teve maior alta em janeiro deste ano foi o da construção civil, que registrou um aumento de 474 empregos, enquanto o setor de serviços, que liderou o saldo no passado, apresentou alta de 204 vagas. Esses dois foram os únicos setores que apresentaram crescimento no mês passado.
NAS CIDADES
Das 14 cidades paraibanas com população acima de 30 mil habitantes, Mamanguape foi quem puxou a queda nas perdas de força de trabalho, apresentando saldo negativo de 1.024 empregos. Em segundo lugar veio Santa Rita (-478) e Guarabira (-89). Já a cidade de João Pessoa apresentou saldo positivo de 328 postos de trabalhos,enquanto Campina Grande figurou entre as baixas, com saldo negativo de 58 vagas, apresentando 1.493 admissões e 1.551 desligamentos.
A redução de empregos no Estado correspondeu a 0,71% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, no acumulado dos últimos doze meses, o montante de empregos gerados atingiu 15.657 postos de trabalho, correspondendo a um aumento de 4,31%.
Segundo o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), seccional Paraíba, Renato Silva, no mês de janeiro há um forte desligamento do setor sucroalcooleiro. “Por causa da entressafra há demissões, e o setor de bebidas é o que mais puxa esta queda”, frisou Renato Silva.
O estudo do Caged mostrou que a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico liderou a baixa no setor da indústria de transformação, apresentando 1.145 perdas de trabalhadores.
O secretário executivo de indústria e comércio da Paraíba, Marcos Procópio, lembrou que o Brasil, segundo o Caged, apresentou queda no número de empregos e a economia nacional influenciou nos resultados da Paraíba. Ele frisou que, no setor do comércio, a perda de empregados tem a ver com o desligamento dos empregados temporários. “Quando chega janeiro o comércio tem que enxugar o quadro de trabalhadores”, disse. No caso da indústria de transformação e agropecuária, os fatores climáticos, segundo ele, contribuíram para as perdas de trabalhadores.
Em janeiro de 2012, o Caged mostrou queda de 933 postos de trabalho na agropecuária e de 286 no comércio. A indústria de transformação apresentou baixa de apenas 14 vagas. A maior alta foi para a construção civil com 838 postos.
NO PAÍS
No país, o Caged apontou a criação de 28,9 mil novos postos de trabalho com carteira assinada em janeiro, mas o número é 75,7% inferior se comparado ao mesmo período do ano passado (118,895 mil). Este é o pior resultado para o mês desde 2009.
O volume de janeiro também ficou abaixo das estimativas de analistas de 13 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado Projeções. As previsões iam de um saldo líquido de empregos com carteira assinada de 30 mil a 102,4 mil.
Com base neste intervalo de estimativas, a mediana ficou em 50 mil. Os números não passaram por ajuste. Em relação a 2012, o volume de empregos gerados em janeiro de 2013 com carteira assinada foi 84% menor. Em janeiro de 2012, foram criados 180.630 postos, levando-se em conta os dados ajustados, ou seja, que já incluem as informações do mercado de trabalho formal enviadas pelas empresas fora do prazo.
GOVERNO PREVÊ ANO POSITIVO NA GERAÇÃO DE VAGAS
Apesar da baixa de postos na Paraíba no mês passado, as expectativas para o mercado de trabalho para 2013 são positivas. O secretário executivo de Indústria e Comércio da Paraíba, Marcos Procópio, revelou que o número de postos de trabalho deve ultrapassar os 18,680 mil registrados no ano passado. “Os empregos de forma atraída devem contribuir para que passemos do ano passado. Mas os empregos de forma induzida, que dependem de fatores como a economia e o PIB, não podemos fazer projeções”, explicou. Procópio frisou ainda que as empresas de call center devem incrementar o setor de serviços do Estado.
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