Princípio de motim no CEJ deixa dois feridos

Mais um dia de confusão em unidades de reclusão de João Pessoa. No início da tarde de ontem, um princípio de motim foi registrado do Centro Educacional do Jovem (CEJ), em Mangabeira, onde internos queimaram colchões, arrancaram telhas de celas e tentaram agredir adolescentes de facções rivais.

Segundo o chefe da seção de relações públicas do 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM), capitão Orlando de Oliveira, dois adolescentes ficaram feridos, apenas com escoriações leves. Entretanto, o efetivo policial - constituído de 80 homens da Força Tática, Rotam, Choque, Gate e 5º BPM - agiu rápido e conseguiu conter a confusão em menos de uma hora.

O Corpo de Bombeiros foi chamado e evitou que as chamas se espalhassem. Novamente a rixa entre as facções ‘Al Qaeda’ e ‘EUA’ motivaram o tumulto – que teria relação com a rebelião ocorrida na última quinta-feira no presídio do Róger, também na capital.

“Uma das celas com 15 adolescentes da Al Qaeda teve o telhado arrancado e eles conseguiram escapar. Tentaram entrar, por cima, nas celas onde estavam os integrantes da facção oposta. Mas a ação policial foi rápida e conseguimos evitar que eles atentassem contra a vida uns dos outros internos”, detalhou o capitão.

Segundo ele, os dois feridos, que se machucaram enquanto tentavam passar pelos obstáculos nos telhados, foram levados para o Ortotrauma de Mangabeira, mas ontem mesmo retornaram ao CEJ. Após contornada a confusão, foi realizada uma vistoria em todas as alas, onde foram encontrados objetos cortantes e aparelhos eletrônicos. “Os danos foram pequenos e a recuperação deve ser rápida”, afirmou o capitão Orlando.

População
O CEJ abriga cerca de 50 adolescentes de 18 a 21 anos, que anteriormente estavam no Centro Educacional do Adolescente (CEA), mas ao completar a maior idade não foram considerados pela Justiça como ressocializados.

Intimidação
Em vídeo gravado por um cinegrafista que estava no CEJ no momento da confusão, quatro internos aparecem em cima do muro provocando os guariteiros. “Aqui é a Al Qaeda, isso aqui vai terminar só amanhã (hoje). A gente ia esquartejar os integrante dos EUA, mas eles não botam a cara”, disseram, enquanto faziam exigências aos policias. “Eu quero um frigobar e uma TV LCD”. Os internos só saíram do muro, após os policiais efetuarem disparos para o alto.