CULTURA
"Foi muito feio", diz Leda Nagle sobre demissão da TV Brasil
Jornalista resolveu se posicionar em rede social nesta quinta (8).
Publicado em 08/12/2016 às 12:00
A jornalista Leda Nagle resolveu se posicionar nesta quinta-feira (8), após a divulgação da notícia de que foi demitida da TV Brasil. Ela estava há mais de 20 anos a frente do programa 'Sem Censura', que terá a transmissão interrompida pela emissora do governo.
"Confesso que preferia ficar calada neste momento. Recolhida, lambendo minhas feridas, me reorganizando, repensando a vida com o coração e a razão. Mas, ao mesmo tempo, me sinto na obrigação de esclarecer esta situação que me surpreendeu ontem e que ainda não posso dizer, sinceramente, que assimilei ou degluti", afirmou, em texto divulgado em uma rede social.
Conforme a jornalista, ela procurou a direção da EBC para saber se iriam renovar seu contrato, terminado no dia 5 de novembro. "A resposta foi: sim. Fizemos três reuniões falando do assunto, cumpri as regras burocráticas e continuei no ar, mesmo sem contrato, cumprindo minhas obrigações de acordo com as normas que acreditava vigentes. Tanto o presidente da EBC como seus subordinados também agiam como se tudo estivesse certo", contou.
"Segundo me diziam eles, 'o contrato está acabando de ser feito pelo jurídico'. Sempre foi assim, demorado, sempre teve validade de um ano, de 5 de novembro de um ano até 5 de novembro do outro ano. Ontem, me convocaram para uma reunião e me apresentaram um aditivo (tipo um remendo de contrato) que vale por dois meses e termina dia 5 de janeiro, coincidentemente dia do meu aniversário. 'Estamos sem dinheiro para continuar. Você fica até 5 de janeiro. Em março você propõe alguma coisa e a gente pode até conversar'", relatou.
A profissional, que tem 40 anos de televisão, ressaltou que se sente triste por abandonar o projeto e a equipe. "E, mais do que triste, fiquei perplexa com a falta de caráter em dar a palavra de que estava tudo certo, que o contrato seria renovado, deixar a pessoa trabalhar normalmente, sem contrato, acreditando na palavra empenhada e aparecer com advogado, um aditivo e esta desculpa esfarrapada da falta de dinheiro", apontou, acrescentando que não houve nem proposta de redução de valor do contrato, nem tentativa de composição nas reuniões. "Mas vida que segue. Sou uma mineira guerreira. Bola pra frente, com certeza. Se Deus quiser", finalizou.
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