POLÍTICA
Manifesto que apoia candidatura de Ricardo provoca racha no PT
Partido dos Trabalhadores não consegue se entender com relação às eleições estaduais de 2010. Manifesto de apoio a Ricardo Coutinho provoca reações iradas.
Publicado em 21/05/2009 às 15:22
Phelipe Caldas
O Partido dos Trabalhadores está cada vez mais rachado na Paraíba, com a aproximação das eleições estaduais de 2010 e as divergências sobre as alianças que o partido fará na oportunidade. De um lado, o grupo político do deputado federal Luiz Couto se mobiliza e lança na manhã desta sexta-feira (22) (em café da manhã do Xênius Hotel) um manifesto em que apoia a candidatura do prefeito pessoense Ricardo Coutinho (PSB) ao Governo da Paraíba, tendo na chapa o próprio Luiz Couto como candidato ao Senado Federal. De outro, lideranças petistas que defendem a manutenção da aliança com o PMDB e que criticam a postura adotada pelo atual presidente estadual da legenda.
Quem falou em nome de Luiz Couto foi o secretário-geral do PT, Jackson Macedo, que diz que o partido precisa passar por uma renovação e pôr fim a “estagnação política” que vive já há muitos anos. “Precisamos de novas lideranças e novos pensamentos, e isto pode ser representado por Ricardo Coutinho e por Luiz Couto”, frisou, defendendo uma aliança de esquerda com PT, PSB e PC do B em 2010.
O manifesto, segundo Macedo, já conta com 400 assinaturas, mas ele diz que ainda está em busca de novos apoios a este projeto. Os deputados estaduais Rodrigo Soares e Jeová Campos e o vice-governador Luciano Cartaxo, contudo, não assinam o documento.
A reação veio imediata. Representante do Grupo de Resistência Petista, uma das tendências do partido, o militante Basílio Carneiro disse que esta aliança do PT com o PSB é fruto da opinião pessoal de Luiz Couto e de seu sonho em ser senador. “Esta não é uma posição do Partido dos Trabalhadores, mas apenas do deputado federal. Mas eles podem ficar tranquilos que vamos reagir a isto”, destacou.
Basílio criticou também a postura política de Luiz Couto. “Ele é um craque em destruir alianças. Foi assim com Chico Lopes em 1996, com Ricardo Coutinho em 2000 e agora com Luciano Cartaxo. Mas não vamos ser subservientes”, frisou, garantindo que haverá disputa interna para indicação do PT ao Senado Federal. “Defendemos a permanência da aliança com o PMDB e de nova indicação de Luciano Cartaxo para vice-governador. E é para isto que vamos trabalhar”, arrematou.
PT e PMDB pelo Brasil
A aliança entre PT e PMDB promete ruir em vários Estados brasileiros. No Pará, por exemplo, o líder do PMDB, deputado federal Jáder Barbalho, entregou todos os cargos no governo petista comandado por Ana Júlia Carepa (PT), numa tendência que já aconteceu em pelo menos outros sete estados. Mas para o deputado estadual Rodrigo Soares (PT), esta separação entre os dois partidos não vai acontecer.
"Estive reunido com integrantes da diretoria nacional do PT ontem em Brasília e o que há é o esforço para manter a unidade entre os partidos que já atuam unidos ao Governo Federal", contou Rodrigo. Ele disse ainda que "sempre podem haver rachas em um estado ou outro, mas a orientação nacional é a de manter a unidade".
Sobre o assunto, o deputado federal Luiz Couto se limita a dizer que esta é uma opinião pessoal de Rodrigo Soares, que de acordo com ele estaria se antecipando aos fatos. “Existem várias teses no PT, mas tudo só será definido em janeiro de 2010, quando o Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores vai se reunir para definir as políticas de alianças para as eleições estaduais e nacional”, definiu.
Questionado sobre quais as teses que já foram defendidas publicamente no PT, Couto diz que tem que defende alianças com José Maranhão, com Ricardo Coutinho e com Veneziano Vital do Rego, e tem até quem defenda a candidatura própria da legenda.
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