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POLÍTICA

No comando da Semob, Batinga garante que vai tentar implantar BRT

Novo superintendente também foi encarregado da missão de tirar o plano de mobilidade do papel.

Publicado em 10/11/2015 às 8:00

O ex-deputado Carlos Batinga (PSC) assumiu, ontem, a Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob), com a missão de dar continuidade às intervenções em execução no trânsito da capital, além de agilizar ações que avançaram pouco na gestão, como a construção do Plano de Mobilidade e a implantação dos BRTs, sistema de ônibus rápido aprovado em 2012 no PAC Grandes Cidades. O novo superintendente reconheceu a complexidade da mobilidade urbana para João Pessoa, mas dividiu a responsabilidade com o governo federal, a quem culpabilizou por uma política equivocada nos últimos 25 anos.

Para Batinga, que é engenheiro civil especializado em engenharia de transportes e desenvolvimento urbano, o governo federal errou ao criar políticas de incentivo a compra de automóveis em detrimento a investimentos em transporte coletivo. “Na hora que caiu a ficha do governo que tinha que investir, faltou dinheiro”, disse.

Para agentes da gestão municipal, Batinga foi o homem certo na hora certa. Político e técnico, espera-se que ele enfrente com mais êxito os problemas de mobilidade urbana da cidade. Ele tem o desafio, por exemplo, de agilizar a implantação dos BRTs, aprovado em abril de 2012, mas que até agora não saiu do papel. O projeto chegou a ter o processo licitatório questionado pelo Tribunal de Contas do Estado e, agora, esbarra - segundo o prefeito Luciano Cartaxo - no contingenciamento do governo federal.

Este plano, inclusive, é outra pedra no caminho de Batinga. O Ministério Público da Paraíba chegou a recomendar ao governo federal a interrupção dos recursos para a mobilidade de João Pessoa enquanto a prefeitura não apresentar o Plano de Mobilidade. O prazo dado pelo Ministério das Cidades expirou em abril. Batinga garantiu que ele será construído em discussão com a população, mas que não deverá ser concluído num prazo inferior a 18 meses.

Para fazer tudo isso andar, Batinga convocou uma equipe de técnicos reconhecidos, incluindo dois ex-gestores da mobilidade de João Pessoa: Nilton Pereira e Maximiano Machado, que assumirão os cargos de consultor de mobilidade e diretor de operações, respectivamente. Integram o time Augusto Morosini, como superintendente adjunto, e Telmano Japiassú, como diretor administrativo-financeiro.

O prefeito Luciano Cartaxo evitou falar de mudanças no secretariado, embora ela necessariamente ocorra em função da eleição do próximo ano. Há candidatos a eleição e reeleição que precisarão respeitar os prazos de desincompatibilização com a gestão para concorrer em 2016. Há, ainda, algumas vagas a serem preenchidas em diversas pastas, contudo Cartaxo disse que as mudanças acontecerão à medida que forem necessárias.

3 Perguntas

Para Carlos Batinga

JP: O projeto do BRT sairá do papel na gestão do prefeito Luciano Cartaxo?
“Vamos tentar. Pelo que já analisei, acredito que até dezembro, no mais tardar até janeiro, se concluam todos os projetos e procedimentos para iniciar o processo de licitação e conclusão da captação dos recursos, mas não vamos focar apenas nesta gestão, mas em um projeto para João Pessoa.

JP: O MP recomendou ao governo federal a interrupção de verbas para a mobilidade de João Pessoa enquanto a prefeitura não concluir o Plano de Mobilidade. Como o senhor ver isso?
Vamos atender ao Ministério Público, discutir com a população. E a médio e longo prazo construir um legado para o melhor funcionamento, a melhor qualidade de vida de João Pessoa. Este plano está em processo final de elaboração do edital para contratação e vamos dar agilidade nesse sentido, é o que conversamos com o prefeito Luciano Cartaxo.

JP: O senhor fala em priorizar o transporte coletivo e pedestre. Uma das ações da prefeitura em termos de mobilidade é a abertura de binários, que atendem ao transporte individual.
Na hora em que se trabalha a abertura de binários e alternativas para o transporte individual motorizado, eu posso ampliar as faixas de pedestre e áreas para o transporte coletivo em corredores individuais. Quando você cria alternativas paralelas à Epitácio Pessoa, por exemplo, você pode colocar mais espaço para ônibus na avenida. Você precisa nesse momento, enquanto não estrutura o transporte coletivo e implanta os BRTs, ampliar espaço para carros fora dos corredores e utilizar os corredores para priorizar o uso coletivo.

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Jornal da Paraíba

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