VIDA URBANA
Bandidos aterrorizam as unidades de saúde
Unidades de Saúde tiveram que fechar mais cedo por conta de ameaças e toques de recolher determinados por criminosos.
Publicado em 01/08/2015 às 6:00
O local onde a população encontra atendimento médico tem se tornado alvo de bandidos e já passa até por toques de recolher, em Campina Grande. Devido a constante violência, médicos, enfermeiros, agentes e vigilantes estão tendo que mudar a rotina para tentar escapar da violência nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs). Na última quinta-feira, a unidade do bairro da Palmeira, na Rua Sinhazinha de Oliveira, foi assaltada por um bandido armado que levou celulares, objetos dos funcionários e ainda chegou a agredir servidores. Por conta da ação criminosa, a UBSF amanheceu o dia de ontem fechada e com um aviso na porta: “Suspenso Atendimento”. O serviço só deve ser normalizado na próxima segunda-feira.
O bandido chegou ao local em uma moto e usando capacete. A Polícia Militar ainda foi acionada, mas quando chegou à UBSF muitas vítimas já tinham deixado o local com medo. De acordo com uma das funcionárias, que não teve o nome revelado, o acusado ainda agrediu o vigilante da unidade. A ação aconteceu na manhã da última quinta-feira e durante a tarde o posto ficou fechado e ontem também não abriu.
Além do receio dentro das unidades, outra preocupação está na chegada e saída dos pacientes e servidores, que semanalmente estão sendo abordados por bandidos na rua. Um dos locais que está passando por esse tipo de problema é a Policlínica Municipal do bairro da Palmeira, que fica na mesma rua que a UBSF assaltada na última quinta-feira.
Funcionários do local confirmam que os bandidos ficam em motos e bicicletas na rua aguardando a saída das pessoas para roubar celulares e bolsas. Por conta disso, o portão principal da Policlínica está sendo fechado com cadeado todos os dias, no final da manhã. Os muros da policlínica também já foram pichados com mensagens afrontadoras, como “Tudo nosso” e outras linguagens em códigos.
“Eles geralmente ficam em motos, passando pela rua, indo e voltando, observando o movimento de pessoas. Na semana passada tinha um homem em atitude suspeita aqui, nós ligamos para a Polícia Militar, quando ele percebeu a aproximação da viatura logo saiu. Vez ou outra encontramos com pacientes voltando pra pedir ajuda, dizendo que foram assaltados. Uma funcionária daqui já teve quatro celulares roubados depois de sair do trabalho, todos na esquina dessa rua”, disse um vigilante de 41 anos, que preferiu não se identificar.
A violência nas unidade de saúde de João Pessoa e Campina Grande já tinha sido abordada em matéria publicada no último dia 21 de junho.
FECHAM MAIS CEDO
Pedregal e Jeremias
No primeiro semestre deste ano, parte das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) tiveram que fechar mais cedo por conta de ameaças e toques de recolher determinados por criminosos. Problemas aconteceram nos bairros do Pedregal e Jeremias, após o assassinato de Markson Devison Alves da Silva, 22 anos, que era filho de um homem que, segundo a Polícia Civil, é suspeito de traficar drogas.
Rebelião e incêndios
Outras ocasiões que têm provocado o fechamento antecipado das unidades de saúdes foram os recentes casos de rebeliões do presídio Raimundo Asfora (Serrotão), seguidos de ônibus coletivos que foram incendiados nos bairros e também alguns casos de assaltos. Ao todo Campina Grande tem 105 equipes de atenção básica e 75 prédios que centralizam estes serviços, segundo a Secretaria de Saúde.
GERENTE CONFIRAMA CASOS DE VIOLÊNCIA
O gerente de atenção básica da Secretaria de Saúde do município, Miguel Dantas, confirmou que os casos de violência têm deixado os servidores receosos e até provocado o fechamento temporário de unidades em alguns dias. Ele disse que tem orientado os funcionários a observarem a rotina nos bairros e redobrarem a atenção.
“Pela segurança de nossos servidores, sempre que há esses casos de violência, como os dias em que os ônibus foram queimados, nós orientamos fecharem as unidades mais cedo nas áreas consideradas de risco. O problema não está apenas nas unidades de saúde, mas sim em toda a cidade. Percebemos que a violência está fugindo das mãos da segurança pública e estamos apenas sendo mais um dos alvos, assim como ônibus, restaurantes, estabelecimentos comerciais, carros, motos e pessoas nas ruas”, disse.
Sobre o assunto, o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar (2º BPM), major Gilberto Felipe, informou que a Polícia Militar tem intensificado as rondas por perto das Unidades Básicas de Saúde que estão situadas em áreas de maior instabilidade no intuito de reprimir os crimes nesses locais. “Algumas unidades já estão dentro do patrulhamento ordinário e estamos dando uma atenção especial nos horários de mais fluidez desses locais para evitar os crimes”, disse. (Especial para o JP)
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