VIDA URBANA
Marcha denuncia desigualdades e violência contra a mulher na PB
Objetivo dos ativistas é denunciar as desigualdades sociais e a violência contra mulher; evento será aberto com espetáculo teatral.
Publicado em 14/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 18/07/2023 às 14:32
A 'V Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia', que acontece hoje a partir das 8h30 em Massaranduba, Agreste paraibano, reunirá participantes de 14 municípios do interior do Estado. O objetivo dos ativistas é denunciar as desigualdades sociais e a violência contra mulher, e também cobrar direitos e relações de gênero mais justas na agricultura familiar, com ações mais efetivas por parte do poder público.
O evento é uma realização do Polo Sindical da Borborema, e da associação Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA). Mais de 3,5 mil pessoas devem participar da marcha.
A concentração acontecerá na Vila Nicolândia, em frente ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), na entrada de Massaranduba. A peça “Margarida grávida novamente?”, encenada pelo Grupo de Teatro do Polo da Borborema, marcará a abertura do evento.
Conforme divulgou a assessoria, o espetáculo mostra situações de injustiça vivenciadas por uma mulher no acesso às políticas públicas. Logo após a peça, as agricultoras sairão em caminhada em direção ao Parque do Povão, no Centro da cidade, onde estará montada uma feira com a apresentação de produtos rurais.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Agricultores de Massaranduba, Maria Leônia Soares, o principal objetivo da marcha é valorizar e reconhecer o papel das mulheres agricultoras dentro do movimento sindical. “Cobramos mais políticas públicas que possam fortalecer essa participação.
Estes movimentos são extremamente importantes, pois a cada ano tem ampliado as experiências de mulheres que têm superado o estado de violência ou de ausência de direitos em que vivem”, destacou.
VÍTIMAS DA BARBÁRIE
Como nas edições anteriores, mulheres vítimas de violência serão lembradas durante a marcha, com faixas, cartazes e pronunciamentos.
“Sempre fazemos essa referência para que a sociedade não esqueça casos como o de Queimadas (estupro coletivo), onde aquelas duas jovens foram violentadas e mortas brutalmente em 2012. Familiares devem comparecer, delas e de outras vítimas”, afirmou Leônia. Além de cinco mulheres estupradas, a recepcionista Michele Domingos e a professora Izabella Pajuçara foram assassinadas na barbárie de Queimadas em 12 de fevereiro de 2012.
Ela completa que no campo, a violência doméstica faz muito mais vítimas do que na cidade. “São várias formas de violência, não somente a física, mas o homem que proíbe a mulher de sair de casa, de falar com vizinhos, até de ir à missa. E é claro, a violência sexual que ainda é assustadora. Escuto, por exemplo, homens relatando que engravidam suas companheiras à força, por causa de um algum benefício em dinheiro que podem receber”, relatou.
Mas, mesmo que ainda persistam casos de agressão e abuso sexual dentro de casa, a presidente do sindicato diz que as ações desenvolvidas pela entidade e outros órgãos têm contribuído para uma mudança de comportamento. “Com as capacitações, seminários periódicos, oficinas, vemos que os homens começam a entender que suas mulheres são parceiras e não inferiores a eles. Eles estão mudando, embora a cultura do machismo ainda seja mais forte”, comentou.
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