ECONOMIA
Paraíba recebe investimentos para fontes alternativas de energia
Somente neste ano, na Paraíba, foram anunciadas as construções de duas termoelétricas no município de Santa Rita e de uma usina termossolar no município de Coremas.
Publicado em 30/10/2011 às 15:43
A principal fonte de geração de energia no país são as usinas hidrelétricas, mas elas são vulneráveis em períodos de seca, podendo causar crises de abastecimento como os vivenciados em 2001, quando ocorreram os 'apagões'. Dispor de fontes alternativas tem sido uma tendência no país recentemente - as linhas de investimentos são elevadas - e vem se transformando em um diferencial para os estados.
Dando os primeiros passos em direção à diversificação da matriz energética, que pode funcionar também como fonte de reserva, a Paraíba vem recebendo novos investimentos em fontes alternativas nos últimos cinco anos.
Entre os empreendimentos relacionados à geração de energia estão usinas eólicas (que utilizam as forças dos ventos), termossolar (que utilizam a luz do sol) e termoelétricas (que geram energia a partir da liberação de calor geralmente proveniente da queima de combustíveis), além do gás natural, que vem sendo usado pela indústria paraibana.
Somente neste ano, na Paraíba, foram anunciadas as construções de duas termoelétricas no município de Santa Rita, região metropolitana da capital, e de uma usina termossolar no município de Coremas, localizado no Sertão do Estado. Juntos, estes três empreendimentos da iniciativa privada somam investimentos de R$ 970 milhões e deverão ser capazes de gerar 450 megawatts (MW).
Dos novos investimentos, a usina termossolar de Coremas I, que está sendo instalada no município de mesmo nome se destaca por ser 'limpa', não causar impactos ambientais e guiada pela inovação tecnológica. O projeto, que terá investimentos iniciais na ordem de R$ 300 milhões, consiste em um sistema de geração de energia via fonte solar e biomassa. A Paraíba será a primeira localidade da América Latina em condição de possuir uma usina dessa natureza.
Além destes empreendimentos, a empresa SoWiTec (que possui torres de geração de energia eólica na Europa e América Latina) revelou neste mês que possui projetos de instalação de duas novas usinas eólicas na Paraíba, com investimentos que poderão chegar a R$ 480 milhões.
Conforme o diretor comercial da empresa no Brasil, Paulo Kessler, os novos projetos estão em fase de estudos e poderão começar a funcionar entre os anos de 2014 e 2015. “As cidades serão Umbuzeiro (no Agreste do estado) e Princesa (Princesa Isabel, no Sertão) e cada projeto deve ter em média 30 turbinas”, revelou, acrescentando que a escolha aconteceu porque os recursos eólicos da região são atraentes.
Para o professor do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Maurício Beltrão, a execução destes projetos na Paraíba poderá diminuir riscos de apagões nos próximos anos. Conforme o professor, diferente da noção de barateamento dos custos do fornecimento de energia que algumas pessoas podem ter ao ouvir falar ao forte investimento como esses, o mais importante neste momento é a ampliação das fontes de geração.
“O resultado que se espera é ter matriz energética mais consolidada para a sociedade como um todo. Há alguns anos tivemos apagões. Quando você diversifica a matriz energética você torna o sistema mais robusto e seguro”, apontou.
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