Um banco é assaltado a cada cinco dias na PB; danos somam R$ 5 mi

João Paulo Medeiros

Cerca de R$ 5 milhões. Esse é o prejuízo estimado pela Polícia Civil paraibana provocado por quadrilhas de assaltantes de bancos que vêm aterrorizando cidades do interior do Estado que possuem agências bancárias.

No valor estão somados os montantes levados em dinheiro e os gerados por explosões e arrombamentos de caixas eletrônicos, portas e equipamentos dos estabelecimentos. Passados 227 dias deste ano, os criminosos já praticaram 43 ‘ataques’ no Estado, o que representa uma ação a cada 5,2 dias.

Somente no assalto realizado à agência do Banco do Brasil de Campina Grande, ocorrido no dia 22 de junho, uma quadrilha fortemente armada e composta de mais de dez homens conseguiu roubar aproximadamente R$ 900 mil, segundo a polícia.

Oito dias depois, assaltantes encapuzados invadiram a agência de Serra Branca e levaram R$ 700 mil, no Cariri do Estado; mas as ações também ocorreram no Sertão: no mês de abril uma quadrilha roubou cerca de R$ 200 mil em Cajazeiras, depois de arrombar sete caixas eletrônicos instalados no local. Em outros assaltos, porém, como nas cidades de Tavares, Jacaraú e Rio Tinto, por exemplo, os valores não foram divulgados.

O delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Jean Francisco, que investiga os casos, esclarece que as estimativas são “extraoficiais”, já que em muitos casos as instituições bancárias não repassam informações sobre o montante roubado à polícia. “Faz parte da política de segurança dos próprios bancos para não estimular novos roubos. O que se percebe esse ano é que além do prejuízo em dinheiro há também danos materiais, provocados pelo uso de explosivos”, ressaltou.

Das 43 ações praticadas, onze tiveram o uso de explosivos; nove foram realizadas através de arrombamentos; dez assaltos e 13 tentativas efetuadas. Após esses casos, oito acusados de assaltos já foram detidos em operações conjuntas realizadas entre as polícias da Paraíba e de Estados vizinhos. Além disso, pelo menos mais 20 outros assaltantes já foram identificados.

Captura difícil

“Na verdade o que a gente observa é que muito provavelmente não há somente uma quadrilha. Mas sim alguns elementos que atuam com explosivos, outros com maçaricos e outros praticando diretamente os assaltos. As prisões se tornam mais difíceis porque essas pessoas migram muito entre os Estados do Nordeste e esses crimes estão acontecendo também em outras regiões e Estados.

Mas nós estamos com investigações bem adiantadas e em breve chegaremos a alguns desses criminosos”, garantiu Jean Francisco.
As últimas ações praticadas no Estado foram registradas na última terça-feira (10) nos municípios de Boa Vista e São Vicente do Seridó. Nos dois locais, os bandidos chegaram a arrombar os locais mas não conseguiram roubar o dinheiro dos estabelecimentos.