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VIDA URBANA

João Pessoa perdeu 72 árvores em 18 meses

Apesar do trabalho preventivo da Semam, que remove árvores comprometidas, cerca de vinte delas já caíram acidentalmente na capital.

Publicado em 03/07/2012 às 6:00


Contaminada por fungos e cupins, com caules feridos e raízes debilitadas, 72 árvores foram derrubadas por equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa (Semam), nos últimos 18 meses. Apesar do trabalho preventivo, só este ano, 20 árvores caíram em João Pessoa, e uma palmeira, plantada na avenida Getúlio Vargas, no Centro, próximo ao Lyceu Paraibano, apresenta risco iminente de tombar e causar uma tragédia.

Com o caule que mostra fendas extensas, a planta está comprometida e também deve ser cortada. Segundo a Semam, a palmeira já foi diagnosticada e deve ser derrubada. A previsão da secretaria é que a remoção aconteça até o próximo domingo, caso as chuvas não atrapalhem ou determinem outras urgências.

A Semam explica que dos 72 cortes de árvores, 58 aconteceram no ano passado e 14 no primeiro semestre de 2012. As árvores foram retiradas de vias públicas após apresentarem risco iminente de cair. Em uma das recentes quedas ocorridas este ano, uma árvore atingiu cinco carros no Parque Sólon de Lucena. Na tarde de ontem, uma outra árvore caiu na rua São Geraldo, antiga ladeira do Varjão, no bairro do Rangel. A queda provocou a interdição das duas vias por quase quatro horas.

Os técnicos da Semam alertam que a intensidade das chuvas pode derrubar até as árvores consideradas sadias. Só este ano, em um dos casos, a árvore da espécie “gameleira”, com quase 30 metros de altura e com 40 anos de existência, tombou em cima de cinco carros que estavam parados no Parque Sólon de Lucena. Ninguém ficou ferido, mas houve prejuízos materiais.

O chefe da Divisão de Botânica da Semam, Anderson Fontes, explicou que essa árvore estava em perfeito estado de saúde e que a queda foi causada pela chuva. “Ela estava inserida em nosso trabalho de poda programada e estava sendo monitorada.

O problema é que essa espécie possui uma raiz ligeiramente superficial. Como o terreno estava encharcado e a copa pesada, ela acabou tombando para um dos lados”, conta.

Para evitar esses acidentes, a Semam realiza serviços de podas e tratamento em árvores de locais públicos da cidade. Anderson Fontes explica que o principal problema que acomete as espécies é o “mal do Recife”, um tipo de fungo que resseca e mata as raízes, deixando o tronco e as copas sem sustentação e com risco iminente de desabamento.

“Em algumas situações, é possível fazer um tratamento e eliminar o fungo, mas se 80% da árvore estiver com a estrutura comprometida, é feito um laudo e recomendado o corte, que ocorre imediatamente”, conta o especialista.

Os trabalhos são feitos exclusivamente em áreas públicas. No entanto, a população também pode acionar as equipes da Semam para vistoriar as árvores instaladas em terrenos privados.

Alguns sintomas de que algo está errado com a árvore é a presença de “feridas” no caule e quedas excessivas de folhas.

Imagem

Jornal da Paraíba

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