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Números como opção profissional
Apesar da necessidade de profissionais na área da Ciências Exatas, cursos como estatística, matemática e física ainda são pouco procurados.
Publicado em 03/06/2012 às 6:00
A última reportagem da série sobre profissões trata dos cursos de estatística, matemática e física, os quais ainda registram baixa procura e alto índice de evasão. Na Paraíba, das cinco faculdades que oferecem os cursos, quatro são públicas. A explicação para isso é exatamente o fato da baixa procura. Para uma faculdade privada, é bem mais rentável oferecer um curso como administração ou letras, por exemplo, a ofertar esses três cursos que representam bem as Ciências Exatas.
Se entrar em uma dessas graduações é fácil, devido à baixa concorrência no vestibular, concluir é uma missão para poucos. Quem decide cursar estatística, matemática ou física vai se deparar com questões complexas e conhecimentos aprofundados da matemática e teoria das probabilidades. A média salarial inicial é de R$1,5 mil na Paraíba. No eixo Rio-São Paulo, esse valor pode aumentar três ou até quatro vezes mais.
Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o curso de estatística conta com 26 professores, sendo metade mestres e a outra doutores. Ao concluir o curso, esse profissional está apto a formular e enfrentar problemas e traduzi-los em termos quantitativos. O mercado exige profissionais com conhecimentos sólidos em estatística, que dominem técnicas e métodos quantitativos.
Apesar da pouca procura, o mercado de trabalho em estatística é promissor e cresce a cada dia. O estatístico pode atuar em vários setores, por ser um profissional versátil. Dentre as áreas que pode atuar, destacam-se: indústria, hospitais e instituições de pesquisa na área de medicina, instituições públicas, bancos e seguradoras, mercado financeiro, universidades e outros centros de pesquisa.
O estudante Antônio Guedes decidiu seguir os passos da irmã e do cunhado, ambos formados em estatística, empregados no Ministério da Saúde, em Brasília. “A trajetória deles acabou me incentivando a fazer o curso”, declarou. Guedes não é o único da família a seguir esse destino. Outros dois irmãos também cursam estatística. “Eu abandonei contabilidade para fazer estatística. Tenho boas expectativas de emprego. Não existe estatístico desempregado”, afirmou.
O curso de estatística na UFPB completa em setembro próximo, 12 anos de criação. Anualmente são oferecidas 60 vagas, sendo 50 pelo Processo Seletivo Seriado (PSS), cinco para ingresso de graduados e mais cinco pelo processo de transferência voluntária. Segundo o coordenador Hemílio Fernandes, o índice de evasão ainda é alto, apesar do mercado de trabalho ser promissor. O abandono acontece principalmente nos primeiros períodos do curso, por dificuldades relacionadas ao conhecimento matemático e computacional dos alunos.
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