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VIDA URBANA

Pavilhão do Chá fechado

Praça foi revitalizada em 2010, mas sem atrativos ou programação cultural na área para atrair pessoas, espaço segue inutilizado.

Publicado em 21/03/2014 às 6:00

Os bancos e jardins descuidados, banheiros públicos e restaurante fechado denunciam a situação da praça Venâncio Neiva, conhecida pelos pessoenses como o “Pavilhão do Chá”.

O restaurante que dá o nome popular da praça foi reaberto ao público em 2012, mas em dezembro do ano passado fechou as portas. Desde então, o local serve como esconderijo para assaltantes e abrigo para moradores de rua.

Inaugurada em 1931 e famosa por ser ponto de encontro social da época, há décadas o local não oferece os mesmos atrativos do passado e quem mantém estabelecimentos comerciais no entorno da praça lamenta o desprezo da estrutura. Fábio Rodrigues é dono de um brechó que funciona na avenida em frente ao Pavilhão do Chá. Acostumado a valorizar peças antigas, ele lembra que a praça poderia abrigar atividades populares para resgatar a atenção do público, como ocorria no passado.

“O abandono desse espaço afasta as pessoas e também prejudica nosso comércio. Um ambiente bem localizado, que poderia oferecer tanta coisa boa, mas que vive desprezado. Se houvesse mesmo uma revitalização poderia dar até mais visibilidade aos outros comerciantes da área”, disse. A comerciante Mídian Miguel também tem a mesma opinião sobre o aproveitamento da praça e do Pavilhão do Chá e reclama ainda da sujeira e falta de manutenção do jardim.

“A gente vê um local tão bonito e agradável no Centro da cidade, mas que não é aproveitado. As pessoas só de olhar veem o descuido com o jardim, os bancos e não sentem vontade de ficar ali”, lamentou a jovem.

Ainda sobre a situação da praça e do espaço onde funcionava o restaurante, quem passa pelo local ou trabalha nas proximidades reclama das dificuldades para utilizar os banheiros públicos, instalados no coreto. Por permanecer a maior parte dos dias da semana fechado e quase sem higienização, o local é quase inutilizado pelo público.

O taxista Valderez Rodrigues, que trabalha há 18 anos no praça Venâncio Neiva, denuncia que o coreto do Pavilhão do Chá está servindo de “banheiro improvisado” para os moradores de rua e usuários de drogas. “A pessoa que toma conta do banheiro só aparece uma ou duas vezes na semana. Nos outros dias fica fechado, aí o pessoal usa as laterais de onde era o restaurante como banheiro. Fica uma imundície”.

Através da assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), o diretor de Serviços Urbanos da pasta informou que a praça foi revitalizada em 2010 e, por enquanto, não passará por obras. Segundo ele, será aberta uma nova licitação para a locação do Pavilhão do Chá, já que a pessoa vencedora do último processo não demonstra mais interesse em continuar o negócio.

A assessoria de comunicação da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) informou “que há 13 cestos coletores de lixo nos arredores da Praça Venâncio Neiva. Além disso, duas equipes realizam a limpeza duas vezes por dia, sendo uma pela manhã e outra à noite”.

PRAÇA REVITALIZADA EM 2010

Após passar décadas abandonada, a praça e o Pavilhão do Chá foram revitalizados em 2010, quando a capital completou 425 anos. Ao todo, foram investidos R$500 mil na reforma, que incluiu a construção de banheiros e cozinha, a reconstrução da laje do coreto e a recuperação da praça, com bancos, reforma do passeio público e iluminação.

Em 2012, a empresa vencedora da licitação utilizou o espaço do Pavilhão do Chá e instalou um restaurante de comida chinesa, que funcionou até dezembro do ano passado. A Praça Venâncio Neiva possui uma área de 6.400 metros quadrados (m²), e o Pavilhão do Chá ocupa um espaço de 380m².

RELATOS DE VIOLÊNCIA

A situação de abandono na praça Venâncio Neiva também favorece a violência, segundo denunciam os comerciantes. O início da manhã, final da tarde e finais de semana são os períodos mais favoráveis às ações criminosas, como assaltos e tráfico.

Trabalhando como vendedor ambulante há mais de 25 anos na praça, Francisco Machado relata que já presenciou assaltos e atos de vandalismo no local, como quebra de bancos e pichações. Outro comerciante que preferiu não se identificar afirma que foi vítima de assalto no ano passado e também presenciou roubos.

“A partir das 17h ninguém passa mais por aqui porque é muito perigoso. No sábado nem se fala. Recentemente duas mulheres foram roubadas quando passavam por aqui”, disse.

O subcomandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, major Oscar Beutnmuller, informou que o policiamento no entorno da praça é realizado diariamente durante 24 horas, inclusive aos finais de semana. Segundo ele, além de uma equipe na viatura que circula nas proximidades da Praça João Pessoa (Três Poderes), as rondas também são feitas por equipes divididas em um trio de motocicletas e policiamento ostensivo, ao longo da avenida General Osório

Imagem

Jornal da Paraíba

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