VIDA URBANA
Consumo de peixe em JP é considerado baixo
Para os especialistas, os dados são motivos de preocupação.
Publicado em 13/09/2011 às 10:10
Da Redação
João Pessoa está entre as capitais do Nordeste que menos consomem peixe no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o alimento corresponde a 0,7% das alimentações domiciliares dos pessoenses, enquanto que a média das capitais da região é de 0,8%. Salvador é o local que mais insere o peixe nas refeições. No local, o pescado representa 2% do consumo da população.
As informações são da Pesquisa de Orçamento Domiciliar, realizada entre os anos de 2009 e 2008, divulgada recentemente pelo IBGE. Os dados mostram que o consumo de peixe não é pequeno apenas na capital. Em todo o Estado a quantidade é ainda menor. A pesquisa comprovou que o índice de consumo na Paraíba é de 0,5%. É o mesmo percentual da Bahia. Isso coloca os dois Estados com os menores índices do Nordeste. No Maranhão, o peixe corresponde a 1,7% das refeições. O Estado foi seguido por Ceará (0,9%), Sergipe (0,9%), Alagoas (0,8%), Rio Grande do Norte (0,8%) e Pernambuco (0,6%).
Para os especialistas, os dados são motivos de preocupação, já que o peixe é rico em substâncias que melhoram a memória e combatem o câncer e o colesterol ruim. A nutricionista Maria Amália Andrade recomenda que peixe seja consumido, pelo menos, uma vez a cada 15 dias.
“Percebi no consultório que as pessoas resistem em consumir o peixe, principalmente, pelo desconhecimento dos benefícios. Ele é um alimento que não tem contraindicação e pode fazer parte das refeições de crianças, idosos e qualquer pessoa”, diz.
Para incentivar o consumo do alimento, a Prefeitura de João Pessoa vai realizar até domingo a 'Feira do Peixe'. Na ocasião, equipes do órgão irão visitar feiras livres e mercados públicos dos bairros da cidade com o 'Caminhão Feira do Peixe', que foi doado pelo governo federal, em junho.
O caminhão tem câmara frigorífica e capacidade para armazenar 3,5 toneladas. A venda é feita diretamente ao consumidor, e eliminando a figura do atravessador, o produto fica 30% mais barato. Os preços variam de R$ 2,00 a R$ 5,00.
A Semana do Peixe é uma iniciativa do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios. A 8ª edição da Semana vai até dia 24 e tem como principal objetivo incentivar o brasileiro a consumir pescado regularmente, com foco na alimentação saudável.
“O programa valoriza a figura do pescador e elimina a figura do atravessador, que compra o produto com preços irrisórios e revende a valores exorbitantes. A intenção é dar oportunidade às famílias de baixa renda de terem acesso a esse alimento riquíssimo".
Preço do produto varia nas feiras livres
A dona de casa Edna Souza Reis não dispensa um bom prato feito à base de peixe. Ela é dona de uma fazenda cortada por um rio e conta que costuma pescar o que será colocado na mesa. “Faço diversas receitas e já acostumei minha família toda a gostar do peixe. É saudável e muito saboroso”, afirma.
O funcionário público Ivanildo Alves da Silva também aprecia o alimento. “Costumo comer peixe duas vezes por semana. Além de mais barato, gera muitos benefícios para a saúde”, completa.
Assim como ocorre com as carnes vermelhas, o preço do peixe também varia. Segundo o comerciante Agostinho dos Santos, que trabalha no Mercado do Peixe, em Tambaú, os valores vão de R$ 5,00 até R$ 20,00. A mudança ocorre de acordo com a espécie do peixe. “O quilo mais caro é do tipo acioba, que custa R$ 20,00, mas o freguês já leva o peixe tratado, sem cabeça e cortado em postas. Já entre os mais baratos estão o bonito, o atum, o agulha”, acrescenta.
Com a experiência de quem comercializa pescados há 30 anos, Agostinho lembra que os peixes geram benefícios à saúde apenas se estiverem frescos. Caso contrário, poderão causar sérias doenças. Por isso, ele recomenda que os clientes adotem alguns cuidados na hora da compra.
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