ECONOMIA
João Pessoa registra maior alta do feijão
Levantamento da cesta básica do Dieese apontou que preço do produto subiu, em média, 32,62% em janeiro, e foi o maior entre as capitais
Publicado em 07/02/2015 às 9:49 | Atualizado em 22/02/2024 às 19:38
A cesta básica de João Pessoa apresentou o maior aumento do feijão no mês de janeiro entre as 18 capitais do país pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O produto subiu 32,62%, puxando a alta de 2,47% da cesta pessoense no mês passado comparado a dezembro, que passou a custar R$ 278,73. Dos 12 itens pesquisados, a banana teve o segundo maior reajuste (4,9%) e dois ficaram estáveis. Os demais tiveram queda no preço ou alta menor que 2%.
Na comparação com janeiro de 2014, o aumento da cesta pessoense foi de 5,51%. Em janeiro a carne (0,19%), o arroz (1,23%), o pão ( 1,27%) e o óleo (1,63%) foram reajustados em menos de 2%. Enquanto o leite (-0,67%), a farinha (-2,72%), o açúcar (-1,23%) e a manteiga (-0,41%), apresentaram retração. Já o valor do tomate e do café ficou estável.
O economista e supervisor técnico do Dieese na Paraíba, Renato Silva, afirmou que a elevação do preço do feijão está relacionada à redução da oferta. O economista explicou que na época do plantio do produto, em agosto, o preço do grão estava barato e isso desestimulou os agricultores a investirem na produção. Ao contrário, eles reduziram o volume da área plantada. “Agora, com a demanda maior que a oferta o preço subiu. A tendência é que o grão também apresente alta no preço na próxima pesquisa porque já começamos a colher os dados e estamos percebendo o preço alto”, contou Renato.
Renato Silva lembrou que em janeiro a cesta básica da capital paraibana saiu da quarta posição para a terceira cesta mais em conta entre as 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Na comparação anual (janeiro de 2013 com janeiro de 2014), sete produtos apresentaram elevação: feijão (33,65%), carne (23,09%), café (16,71%), arroz (9,01%), pão (3,77%), manteiga (2,09%) e leite (0,68%). Cinco tiveram redução: farinha (-29,39%), tomate (-20,33%), açúcar (-9,6%), óleo (-6,04%) e banana (-1,29%).
O trabalhador pessoense cuja remuneração equivale ao salário mínimo necessitou cumprir, em janeiro, jornada de 77 horas e 49 minutos para comprar os mesmos produtos que, em dezembro de 2014, exigiam a realização de 82 horas e 39 minutos. Esta redução é consequência da entrada em vigor do novo valor do salário mínimo, cuja alta (8,84%) é maior que a variação mensal do custo da cesta. Em janeiro de 2014, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta era de 80 horas e 16 minutos.
Em janeiro, o custo da cesta em João Pessoa comprometeu 38,45% do salário mínimo.
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