ECONOMIA
Opção de consórcio cresce com restrição ao crédito nos bancos
De janeiro a agosto, a venda de novas cotas imobiliárias cresceu 46,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Publicado em 20/10/2015 às 9:56
Em meio ao aumento das restrições para o crédito nos bancos, os consórcios de veículos e imóveis registram expansão na adesão em 2015. De janeiro a agosto, a venda de novas cotas imobiliárias cresceu 46,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 155,6 mil, de acordo com dados da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). No caso de veículos leves, a expansão foi de 20,3% (625,5 mil novas cotas).
A crise econômica e o aumento da inadimplência tornaram as instituições financeiras mais conservadoras na hora de conceder crédito. A Caixa Econômica Federal, líder no financiamento imobiliário à pessoa física, subiu os juros três vezes neste ano.
É nesse contexto que os consórcios, espécie de poupança coletiva, têm ganhado fôlego, segundo Marcelo Prata, do Canal do Crédito. "Isso já aconteceu na crise de 2008. As pessoas tentam fugir dos juros ao optar pelo consórcio. Além disso, em alguma medida, as administradoras são menos restritivas que os bancos", diz.
Com o aumento na procura, a participação potencial dos consórcios no total de compras de veículos e imóveis cresceu no primeiro semestre.
Para Vitor Bonvino, presidente nacional da Abac, o ganho não pode ser explicado só pela redução nos financiamentos. "Pode haver uma migração, em princípio, mas o mecanismo do consórcio é muito diferente. Não são operações comparáveis", diz.Na sua avaliação, a modalidade se beneficia do aumento da educação financeira. Mas também pode sofrer se a deterioração econômica continuar.
Diferentemente do financiamento, no consórcio o participante não paga juros, mas precisa arcar com os custos da taxa de administração. As parcelas ainda são corrigidas anualmente pela inflação -portanto, aumentam ao longo do tempo-, assim como o dinheiro da contemplação.
A consultora de moda Karine Souza, 30, ao avaliar as opções para quitar um imóvel comprado na planta há dois anos. "Os juros subiram e, ao fazer as simulações, percebi que a parcela do consórcio sairia mais barata", diz.
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