COTIDIANO
Líderes criticam 'panelaço' na Argentina
Base aliada do governo argentino afirma que não entendeu motivos do protesto realizado por milhares de pessoas na quinta-feira.
Publicado em 10/11/2012 às 8:00
Integrantes da base aliada do governo argentino disseram ontem que não entenderam a intenção do panelaço convocado na noite da última quinta-feira, que reuniu milhares de pessoas na Argentina e embaixadas no exterior. A oposição comemorou o evento.
Nem a presidente Cristina Fernández de Kirchner nem os ministros de governo se manifestaram sobre o protesto. O único a falar foi um dos porta-vozes do kirchnerismo, o senador e ex-chefe de gabinete, Aníbal Fernández.
Ele disse que não houve uma mensagem clara no protesto e que ainda tenta entender o efeito do panelaço que, para ele, foi organizado por setores que não tinham unidade de ideias e concepções. "O que eu não consigo entender é para onde e para quem vai a mensagem [do protesto] e não sei sobre o que eu devo fazer observações", disse, em entrevista à rádio Continental.
Ele também criticou entidades opositoras e o conglomerado midiático Grupo Clarín, que qualificou como os principais financiadores da marcha. Mais tarde, em diálogo com a rádio Mitre, do Clarín, disse o ato "não tirou seu sono e não tirará".
O filósofo Ricardo Forster, da organização Carta Abierta, também disse não saber o que querem os manifestantes e se mostrou preocupado com a falta de representação política do ato. "Há um setor da sociedade que não concorda com o rumo do governo nacional que na última quinta-feira se manifestou em todas as cidades. Ficou claro que eles não têm quem os representem."
Oposição
Enquanto isso, a oposição comemorou o ato e voltou a criticar o governo. O chefe de governo de Buenos Aires, Mauricio Macri, disse que a manifestação foi emocionante. "Quinta-feira foi um dia para se emocionar. O que fez o povo argentino merece orgulho. A mensagem foi para a presidente, que é quem deve mudar."
Ex-chefe de gabinete de Néstor Kirchner e agora opositor, Alberto Fernández afirmou que o governo está irritado com a população que protesta. "O que aconteceu aqui é estranhíssimo: as pessoas dizem que estão mal e o governo se irrita com elas."
Ele ainda fez referência a uma frase de Aníbal Fernández, que acusou grupos de extrema direita pela organização da marcha.
"Se essa é a extrema direita como disse alguém, é a extrema direita com maior sucesso do mundo."
O deputado Francisco de Narváez disse que o governo está reagindo de forma mais inteligente não negando a manifestação.
"A população reclamou por liberdade e também reclamou para que não se modifique a Constituição."
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