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CULTURA

Para sempre estrangeiro

Em seu centenário, obra do escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus é lembrada por poetas, escritores e professores.

Publicado em 07/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:52

Quando Albert Camus (1913-1960) desembarcou no Brasil em agosto de 1949, sofrendo ainda dos males da tuberculose que interrompeu sua carreira como jogador de futebol na juventude, Abdias do Nascimento (1914-2011) o convidava para assistir a um ensaio de Calígula (1941), peça do intelectual franco-argelino que estreara no Rio de Janeiro um mês antes.

Se voltasse ao país hoje, no dia do seu centenário, Camus iria se deparar com as mesmas "favelas a cem metros do luxo" que tanto o impressionaram em seu Diário de Viagem (1978), o mesmo trânsito com motoristas "alegres loucos ou frios sádicos", mas talvez estranhasse o desprestígio de sua obra teatral, tão em moda na época de sua primeira visita, entre um público que permanece lendo sua literatura e sua filosofia em edições de bolso vendidas a preço de banana nas livrarias.

Escritor, filósofo, dramaturgo, um dos autores mais vendidos e traduzidos da França formou uma geração de 'existencialistas' em cadeiras de sebos, universidades e plateias - nesta ordem de importância, a julgar pelas opiniões dos leitores convidados pelo JORNAL DA PARAÍBA a refletir sobre as facetas do Nobel de Literatura de 1957.

"Ninguém fica impune diante da leitura dele", sentencia o poeta Políbio Alves, que leu e releu Camus, um dos seus autores prediletos ao lado de Sartre (1905-1980), contemporâneos que protagonizaram uma amizade abalada por suas diferenças ideológicas.

"Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio", recita de cor o professor de filosofia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Antonio Patativa Sales, jovem que conheceu Camus bem depois de Políbio e hoje repassa o legado do pensador aos seus alunos. "(Ele) ficou famoso na França e morreu muito cedo, em um acidente tolo de carro. Tinha somente 46 anos", lamenta Sales, que aponta o distanciamento e a inadequação como traços fundamentais de suas reflexões.

Everaldo Vasconcelos, coordenador do Núcleo de Teatro Universitário (NTU) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), lamenta que a dramaturgia de Camus, em meio à sua vasta obra, tenha se tornado uma ilha pisada por poucos diretores: "Hoje, Camus está praticamente invisível para as pessoas de teatro e só uma pequena elite tem realmente conhecimento do seu texto", garante o professor. "Discutir mais Camus nas faculdades de teatro é uma provocação que fica para o próximo centenário."

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Jornal da Paraíba

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