VIDA URBANA
Mutirão de cirurgias plásticas atenderá cerca de 20 pessoas com fissura labial
Campanha, que começou nesta segunda (12), se estende até sexta (16) e acontece simultaneamente em outros dez Estados.
Publicado em 12/10/2015 às 12:55
Começa nesta segunda-feira (12) em João Pessoa uma ação que visa a oferecer tratamento gratuito para pessoas com fissura lábio palatina. O mutirão, que faz parte da Campanha Nacional de Fissura Lábio Palatina, vai até sexta (16) e ocorre em outros dez Estados, tem como objetivo conscientizar a população para o problema e diminuir a fila de espera por cirurgia.
De acordo com o cirurgião plástico Wagner Leal e coordenador do Serviço de Cirurgia Plástica do Complexo de Pediatria Arlinda Marques, a previsão é de que sejam realizadas cerca de 20 cirurgias, sendo seis no Hospital Universitário Lauro Wanderley, (HU), de João Pessoa, e 14 no Arlinda Marques.
Participarão da campanha seis cirurgiões plásticos: dois do Arlinda Marques, três de Campinas, em São Paulo, e um do HU, além de um cirurgião pediátrico do Arlinda Marques. No HU, os pacientes são adultos e serão atendidos no dia 13, enquanto que o Arlinda vai atender as crianças nos dias 14 e 15.
Durante a campanha, vários centros de tratamento de fissura lábio palatina espalhados pelo Brasil receberão a visita de um cirurgião plástico de grande experiência para realizar cirurgias de reparação dessa deformidade congênita junto com a equipe local, treinando-a para otimizar o tratamento desses pacientes.
A Campanha Nacional de Fissura Lábio Palatina é um trabalho conjunto da Smile Train, ONG que se dedica a oferecer tratamento gratuito a pessoas com fissura lábio palatina, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Fundação IDEAH. Com a iniciativa, espera-se beneficiar cerca de 200 pessoas. A expectativa é de que sejam realizadas, pelo menos, 70 cirurgias no Nordeste, 60 na região Norte, 55 no Centro Oeste, 30 no Sudeste e dez no Sul.
Sobre a doença
O cirurgião plástico Wagner Leal explicou que a fissura lábio-palatina é uma condição congênita que acontece em um em cada 700 nascidos vivos por uma falha na formação da face entre a 8ª e 12ª semana de gestação e altera o formato de nariz, lábio, arcada dentária superior e céu da boca e que pode causar alteração na fala, na alimentação e ser causa de infecções crônicas de ouvido.
O problema acomete mais meninos que meninas e é multifatorial, ou seja, pode ocorrer por causas genéticas ou por uso de medicamentos durante a gestação. Apesar de ser frequente em algumas famílias, muitas vezes não se encontra causa genética específica causadora da fissura.
Na maioria das vezes são necessárias de duas a cinco cirurgias, da infância à adolescência, dependendo da gravidade de cada caso, para a reabilitação.
O acompanhamento é feito por equipe multidisciplinar, envolvendo cirurgião plástico, ortodontista, fonoaudiólogo, pediatra, psicólogo, assistente social, entre outros. As crianças acometidas, após tratadas, podem ter a vida normal, sem limitações. “Para que haja bons resultados, é importante que cada tratamento seja realizado na época correta”, destacou.
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