ESPORTES
Conheça o criador da vuvuzela paraibana
Versão de um apito indígena chamado pedhuá, imita o som de pássaros nativos e pode ser a sensação da Copa de 2014.
Publicado em 15/06/2012 às 6:00
O paraibano Alcedo Macedo, um ex-nadador que sempre trabalhou com “inovação tecnológica para o esporte”, promete apresentar nos próximos dias o que ele chama de “som oficial da Copa do Mundo de Futebol de 2014”, que será realizada no Brasil. Trata-se de uma versão mais moderna de um apito indígena conhecido como pedhuá, que imita o som de pássaros nativos e é um precursor do apito do samba, usado pelas escolas de samba para marcar a bateria.
Ele diz mais: é um som bonito e suave, ideal para fugir da “chatice das vuvuzelas”, que impregnaram a Copa da África do Sul em 2010.
Alcedo explica que no ano passado foi convidado para participar do Programa 14 Bis, organizado pelo Finep, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal que queria discutir “inovações para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas no Brasil”.
“Participei do evento, dei várias contribuições, mas ao fim do encontro acabei sendo surpreendido por uma pergunta inusitada.
Queriam saber qual seria o som da Copa do Mundo. Pensei muito sobre isto e tive a ideia quando assisti à final da Copa Libertadores da América do ano passado, entre Santos e Peñarol. Milhares de santistas fizeram uma bela festa com apitos tradicionais, destes de plástico bem simples, e lembrei que um som especial que imitasse pássaros poderia ser ideal para representar bem a imagem do Brasil”, destaca.
Ainda de acordo com o paraibano, que é natural de Campina Grande, o conceito de seu apito não poderia ser mais brasileiro.
“O apito tem origem indígena, é usado hoje no samba, tem sua imagem ligada à natureza e será usado para a festa do futebol.
Não poderia ser mais brasileiro”, explica Alcedo, dizendo inclusive que já está em contato com empresas que em 2010 produziram as vuvuzelas da África do Sul para agora produzirem aproximadamente 50 milhões de apitos para a Copa do Brasil.
Para chegar ao som e ao design ideal, o trabalho foi árduo. Ele contou com a colaboração de pesquisadores do curso de Desenho Industrial da Universidade Federal de Campina Grande e o “produto final” passou pelo aval do designer Hans Donner.
Agora, ele tenta conquistar a chancela do Ministério do Esporte, que vai dar um selo a produtos pensados para a Copa que, na visão do Ministério, estejam dentro do “Plano de Promoção do Brasil”.
“O Ministério abriu edital para identificar estes produtos. Vamos nos inscrever até sexta-feira, e, se conseguirmos o selo, teremos um trunfo a mais na hora de viabilizar a ideia – explica, destacando que a ideia é vender cada unidade do apito ao preço de R$ 10,00.
PAPEL SOCIAL
Além de ser um produto que tem o objetivo de “animar a Copa do Mundo do Brasil” e de ser um “souvenir” para os visitantes estrangeiros que venham ao país, Alcedo Macedo explica que parte do lucro dos apitos indígenas será revertida para aldeias indígenas que historicamente produzem o apito.
“Queremos resgatar a história do pedhuá tradicional. Fazer um marketing responsável, em que não mate a tradição”, resume. (Do Globoesporte.com)
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