VIDA URBANA
TJ derruba liminar e suspende atividades de autoescola novamente
Em decisão unânime, autoescola acusada de fraudar carteiras de habilitação terá que fechar portas. Ela funcionava sob liminar. Caso poderá afetar funcionamento das demais.
Publicado em 15/07/2011 às 12:10
Karoline Zilah
O Tribunal de Justiça da Paraíba manteve a suspensão das atividades de uma das autoescolas citadas na Operação Medusa, como envolvida no esquema de fraudes na emissão de carteiras de habilitação. A decisão unânime da Quarta Câmara Civil saiu uma semana depois da concessão de uma liminar que permitiu a reabertura dos cinco centros de formação de condutores (CFC) acusados.
Agora, como uma das autoescolas terá que fechar as portas novamente, o caso abre precedentes para que as demais também sejam fechadas. O processo em questão é a da empresa HN Centro de Formação de Condutores (razão social). A relatoria do processo é do desembargador João Alves da Silva.
As empresas Bandeirantes, São José, Vip, Sinal Verde e Santo André (nomes fantasias) foram descredenciadas pelo Detran após os indícios de envolvimento em fraudes. O advogado das cinco autoescolas de Campina Grande, Gilberto Aureliano, entrou com um pedido de liminar junto à 2ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa e conseguiu o direito de reabrir os estabelecimentos.
A juíza Silvana Pires Brasil Lisboa entendeu que não havia motivos para que as autoescolas deixassem de funcionar, porque as provas coletadas até aquele momento seriam frágeis e não comprometiam as empresas, nem seus proprietários.
Depois, foi a vez do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) recorrer, pedindo que a sentença fosse revista. O órgão defendeu que a decisão da juíza prejudicaria não só ao órgão, mas toda a sociedade. Os advogados destacaram o “evidente caos em que se encontra o trânsito no Estado, muito disso ocasionado pela existência de inúmeras carteiras de motoristas emitidas de modo fraudulento.”
A Operação Medusa foi deflagrada em maio deste ano pelo Ministério Público Estadual em parceria com a Corregedoria do Detran e Polícias Civil e Rodoviária Federal. Conforme a acusação, o número de habilitações fraudadas pode chegar a 100 mil. Elas eram fornecidas para condutores residentes nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e até Rio de Janeiro.
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