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VIDA URBANA

Paraíba prepara textos para evento Rio+20

Discussões abordam falta de saneamento básico e destinação dos resíduos sólidos. 

Publicado em 03/06/2012 às 15:56


A partir deste domingo, o JORNAL DA PARAÍBA inicia uma série de reportagens sobre Meio Ambiente. A matéria que dá início à série trata da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece nos próximos dias, no Rio de Janeiro. Ela mostra o que está sendo discutido na Paraíba e quais as propostas dos grupos para o evento, que vai definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Um momento importante que exige reflexão e comprometimento.

A Rio+20 terá como temas principais a economia verde e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, de acordo com a professora Mônica Maria Pereira da Silva, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Ela participou de três encontros preparatórios para a Rio+20 e coordenou o grupo sobre educação ambiental. As discussões na Paraíba levaram em conta a atual realidade enfrentada pela população, a exemplo da falta de saneamento básico.

Conforme estudo recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 22,42% das residências da Paraíba não têm rede coletora de esgoto, o que implica dizer que nesses casos, os resíduos são jogados a céu aberto. O esgotamento sanitário é um dos serviços de saneamento básico, cujas diretrizes foram estabelecidas na lei 11.447/2007.

“Infelizmente a lei é mais uma que não é colocada em prática. É preciso universalizar o saneamento básico, tanto na zona urbana como na rural”, frisou a professora Mônica.

A destinação dos resíduos sólidos também foi discutida pelo grupo paraibano. A importância da implantação da coleta seletiva e o tratamento do resíduo orgânico foram tratados como ações prioritárias. “O resíduo orgânico, em termos de aquecimento global, é 25 mais potente que o dióxido de carbono”, explicou Mônica.

Para se ter uma ideia da realidade, em João Pessoa, segundo a Autarquia Especial de Limpeza Urbana (Emlur), são produzidas diariamente 900 toneladas de lixo. Desse total, apenas 1,2% é reciclada. A lei 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a prevenção e a visão sistêmica na gestão dos resíduos sólidos para o desenvolvimento sustentável. “É uma questão de saúde pública”, comentou.

O grupo da Paraíba também colocou na carta a necessidade de recuperação das matas ciliares. “Infelizmente a maioria dos rios do Estado está assoreado”, declarou. “A situação do açude do Bodocongó é exemplo claro disso”, acrescentou a professora.

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Jornal da Paraíba

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