VIDA URBANA
Mais de 200 agricultores protestam no Incra por desocupação de área
Área teria sido desapropriada há quatro anos, mas usina sucro-alcooleira ainda não foi retirada de fazenda em Pedras de Fogo. Assentados dizem sofrer ameaças.
Publicado em 10/08/2010 às 11:00
Karoline Zilah
Cerca de 200 agricultores que moram em assentamentos nos arredores da fazenda Santa Emília, em Pedras de Fogo, no Litoral Sul da Paraíba, ocuparam a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em João Pessoa na manhã desta terça-feira (10). O objetivo é reivindicar que a reintegração de posse imediata da área, que teria sido desapropriada há quatro anos, mas que continua sediando a usina sucro-acooleira Giasa.
De acordo com a coordenadora da Comissão Pastoral da Terra, Tânia Maria de Sousa, os representantes dos agricultores foram recebidos pelo superintendente do Incra na Paraíba, Marcos Faro, que tentará analisar o andamento do caso.
Em julho deste ano, o ouvidor nacional do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), Gercino José da Silva Filho, esteve em João Pessoa para discutir a situação. A denúncia é de que algumas áreas do assentamento, criado pelo Governo do Estado da Paraíba, mas reconhecido pelo Incra, estão sendo exploradas irregularmente por terceiros ligados a uma usina. Na ocasião, ficou decidido que a integralidade da área desapropriada seria restabelecida através de um pedido de reintegração de posse urgente.
A Comissão Pastoral da Terra denuncia também que os agricultores teriam sofrido ameaças de violência caso não cessassem as reivindicações. “Atualmente, os trabalhadores dependem desta terra para tirar sustendo da família, manter suas casas, edificar suas escolas e ter acesso à saúde, com dignidade”, defendeu Tânia Sousa.
A assessoria de imprensa da Usina Giasa informou que desconhece a decisão do MDA, que pede a desapropriação das áreas utilizadas irregularmente, mas que mesmo assim está investigando o caso.
Atualizada às 11h23
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