VIDA URBANA
Mãe de Aryane se une à família de Mércia Nakashima contra violência
Hipernestre Carneiro, mãe da estudante paraibana assassinada, foi convidada para participar do movimento em São Paulo.
Publicado em 21/08/2010 às 10:16
Karoline Zilah
Hipernestre Carneiro, mãe da estudante Aryane Thaís, assassinada há quatro meses em João Pessoa, participa neste fim de semana de uma série de eventos em São Paulo em memória de mulheres que foram vítimas de violência. Os organizadores das manifestação são os parentes da advogada Mércia Nakashima, encontrada morta há três meses.
A convite deles, a paraibana aderiu ao movimento. Com ela também protestam os familiares de Gabriela Prado, jovem assassinada em 2003 em meio a um tiroteio, quando saía de um metrô no Rio de Janeiro.
A principal manifestação aconteceu na sexta-feira (20) na Praça da Sé, em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Na ocasião, pacificamente os participantes formaram um círculo e levantaram cartazes com pedidos de justiça. Também foram colhidas assinaturas para o projeto de reforma do Código Penal Brasileiro, que prevê, entre outras coisas, a redução da maioridade penal e o fim das brechas para que acusados aguardem o processo em liberdade.
Tanto no caso de Mércia Nakashima, quanto no de Aryane Thaís, os acusados de cometerem os assassinatos aguardam julgamento em liberdade.
Na Paraíba, na última segunda-feira (16), familiares e amigos de Aryane participaram de um movimento junto com o Centro 8 de Março, em protesto contra a violência que atinge a população femina. Neste ano, 42 mulheres tiveram morte violenta somente em João Pessoa.
A mãe de Aryane continua em São Paulo neste fim de semana. Neste sábado (21), ela está em Guarulhos para participar de missa dos três meses da morte de Mércia Nakashima e caminhada.
Julgamento do acusado de matar Aryane
Está prevista para o dia 10 de setembro a primeira audiência no Tribunal do Júri sobre a morte de Aryane. A expectativa é de que o estudante Luís Paes Neto preste depoimento. Ele, de quem a jovem estaria grávida, segundo exame de DNA, foi denunciado pelo Ministério Público como único acusado pela morte.
A irmã de Aryane, Talita Carneiro, é uma das testemunhas programadas para depor neste dia. Ela informou ao Paraíba1 que, embora grávida, com previsão de parto entre os dias 10 e 12 de setembro, fará questão de comparecer ao tribunal para contribuir com o julgamento.
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