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CULTURA

O teatro fecha suas cortinas

Morre aos 76 anos o dramaturgo paraibano Elpídio Navarro; ele estava internado há nove dias lutando contra uma obstrução intestinal. 

Publicado em 18/07/2012 às 6:00


Morreu na madrugada de ontem, aos 76 anos, em João Pessoa, o mestre do teatro paraibano Elpídio Navarro.

De acordo com informações da família, o dramaturgo foi internado no Hospital Samaritano, no bairro da Torre, há nove dias, com fortes dores abdominais.

Lutando contra uma obstrução intestinal, Navarro foi submetido a uma cirurgia e transferido para a UTI na segunda-feira passada. Depois de um breve quadro de melhora, sofreu falência múltipla dos órgãos e teve duas paradas respiratórias.

Seu corpo foi velado na Central de Velórios São João Batista, com a presença dos familiares e amigos que acompanharam uma trajetória iniciada no Teatro do Estudante da Paraíba, em 1953, na companhia de nomes como Nonato Batista, Waldez Silva, Ruy Eloy, Risoleta e Leda Córdula, Lindaura Pedrosa e Pereira Nascimento.

Nascido na capital, passou seus últimos anos na cidade de Cabedelo. Foi ator, diretor, crítico teatral e professor da Universidade Federal da Paraíba. Dirigiu o Teatro Santa Roza por duas vezes e, na última delas, no final dos anos 1980, coordenou a reforma que comemorou o centenário do espaço.

Manteve uma coluna semanal no jornal 'O Momento' e era editor do site www.eltheatro.com, no qual escrevia sobre a cena teatral paraibana e cuja página de abertura, no dia de sua morte, estampava o que parecia transmitir o sentimento geral de comoção entre seus leitores: uma tela escura com a palavra 'Pano', como um cair de cortinas após sua passagem pelos palcos.

O HOMEM DO TEATRO
"Elpídio Navarro era um homem de teatro", diz Lúcio Vilar, diretor da Funjope, que foi seu aluno no curso de Educação Artística da UFPB. "Profissional muito engajado, de posicionamentos muito definidos, foi um dos melhores professores que eu tive. Integrou o elenco de Menino de Engenho (1965), de Walter Lima Júnior e, quando eu estava à frente do Núcleo de Pesquisa e Produção do Audiovisual Paraibano (Neppal), doou parte de sua filmoteca à instituição".

O teatrólogo foi contemporâneo de atores como Fernando Teixeira e Zezita Matos, que recebeu a notícia de São Paulo, onde está em temporada com o Grupo de Teatro Alfenim: "Desde 1958 convivíamos no teatro", lembra Zezita. "Fizemos muitos trabalhos juntos, como Coiteiros, A Famosa Matrona de Éfeso e Viva a Nau Catarineta, com a qual viajamos em caravana para cá", diz a atriz, da capital paulista.

Na 'terra da garoa', Elpídio Navarro fez mestrado na USP e morou em um apartamento no centro de São Paulo. "Ontem mesmo eu passei pela rua em que ele morou e comentei sobre isso com meus colegas, antes de saber da notícia. Fizemos um minuto de silêncio antes do ensaio", conta Zezita.

A notícia também pegou Fernando Teixeira de surpresa: "Trabalhei muito com Elpídio e era amicíssimo dele, desde a época de universidade. Acompanhava sua revista virtual e estranhei quando ela saiu do ar, até que soube do ocorrido".

Segundo Teixeira, Navarro foi o responsável pela vinda de Luiz Mendonça para a Paraíba, quando o pernambucano dirigiu O Auto da Cobiça, texto escrito por Altimar Pimentel em 1961. Também foi influente na montagem de Paraí-Be-a-Bá, de Paulo Pontes, pelo grupo Teatro de Arena, do qual fazia parte.

PAIXÃO PELA TERRA
Para o escritor W. J. Solha, que colaborava com o Eltheatro.com, Elpídio Navarro foi um "apaixonado pela causa da terra" e inscreveu seu nome na história de uma família com profundas raízes na Paraíba (ele era irmão de Antenor Navarro, um dos líderes da Revolução de 1930).

Já Paulo Vieira ressalta o caráter difusor de sua obra: "A trajetória jornalística que ele manteve em paralelo à teatral tornou-se referência para a produção do teatro paraibano", afirma o colega dramaturgo. "Quando ele se aposentou da UFPB, onde foi meu professor, inclusive, e uma das pessoas mais importantes para o atual curso de Teatro, revelou a faceta de autor em peças interessantes como O Velório ou Ágaba, textos ao mesmo tempo cômicos e cruéis".

Imagem

Jornal da Paraíba

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