PJ Harvey se reinventa com CD sobre a guerra

Esperar algo de diferente de PJ Harvey já faz parte do processo. Quem aguarda por seus lançamentos, frequentemente é surpreendido por uma nova roupagem do trabalho que PJ realiza desde a década de 1990.

Em seu CD mais recente, Let England Shake (Universal, R$ 29,90), a inglesa traz como tema a participação do Reino Unido na 1ª Guerra Mundial. Apesar de específico, o tema dá à cantora uma série de possibilidades de abordagem.

De questionamentos a respeito das consequência de uma guerra, aos momentos sofridos da contagem dos corpos. “Qual o glorioso fruto de nossa terra?”, pergunta na faixa 'The glorious land'. “Seu mais glorioso fruto são as crianças órfãs", responde na letra.

Essa sobriedade acompanha todo o álbum, que mostra como PJ não precisa sempre apelar para seu vocal agressivo e guitarras distorcidas para protestar, nem para agradar. O apelar aqui, vale salientar, não tem sentido pejorativo.

São 12 músicas que consolidam o talento de Harvey para a composição e também para a reinvenção.

O álbum rendeu para a cantora seu segundo Mercury (o primeiro foi pelo seu disco de 2001, Stories from the city, Stories from the Sea), prêmio de música que escolhe os melhores trabalhos entre artistas britânicos e irlandeses.

PJ Harvey lançou seu primeiro álbum em 1992. O Dry (Too Pure Records) fez sua estreia como cantora e compositora, quando ainda fazia parte de um trio, juntamente com o baterista Rob Ellis e o baixista Stephen Vaughan.

Foi apenas em To Bring You My Love (Universal), disco de 1995, que PJ se lançou na carreira solo. Seu nome, porém, sempre esteve em evidência. A maneira sem rodeios como abordava os temas em suas músicas se tornou sua marca registrada.