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VIDA URBANA

Inflação atinge quase 10% com alta do custo de vida

Com subida de preços de alimentação e combustível, IPCA acelerou em outubro (0,82%).

Publicado em 07/11/2015 às 13:00

Pressionada pelo aumento dos preços dos combustíveis e da alimentação, a inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, acelerou em outubro e chegou a 9,93% no acumulado dos últimos 12 meses.
É a maior alta para o período desde 2003 (11,02%), quando, afetado pela incerteza do primeiro governo Lula, o índice acumulou pela última vez uma taxa de dois dígitos.

ACELERA EM OUTUBRO

Isoladamente, dentro de outubro, o IPCA foi de 0,82%, acelerando em comparação a setembro deste ano (0,54%) e do mesmo mês do ano passado (0,42%).

O índice passou a acumular assim um avanço de 8,52% no ano, bem acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 6,5% neste ano -o centro é de 4,5%.
Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.

Os combustíveis ficaram mais caros após o reajuste promovido pela Petrobras em suas refinarias. A estatal anunciou, no fim de novembro, alta de 6% no preço da gasolina e de 4% no diesel.
Segundo o IBGE, o aumento de 1% do preço da gasolina nas bombas provoca impacto de 0,04 ponto percentual na inflação, considerando o peso que o produto tem no orçamento das famílias.

O aumento dos combustíveis é uma incerteza a mais para complicado cenário de inflação do país. Após o reajuste da Petrobras, parte do mercado passou a prever uma inflação igual ou superior a 10% neste ano.


BAIXA RENDA SOFRE
A inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), fechou outubro com taxa de 10,33% em 12 meses.

O índice é superior ao observado pela inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 9,93% no período.

Apenas em outubro, o INPC registrou alta de preços de 0,77%, taxa superior ao 0,51% de setembro. Os produtos alimentícios tiveram a principal alta (0,8%), enquanto os não alimentícios tiveram inflação de 0,76%.

O INPC acumula no ano taxa de inflação de 9,07%, acima dos 5,02% dos dez primeiros meses de 2014.

ACIMA DE 10% NO ANO
O banco Credit Suisse, por exemplo, prevê inflação de 10% em 2015. Já o banco Fator projeta a inflação em 10,26% neste ano.

Os economistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), ainda preveem na média inflação abaixo dos dois dígitos. Eles aposta, em média, no IPCA em 9,91% em 2015 e 6,29% em 2016.

O risco de a inflação ficar ainda maior é o governo decidir elevar o imposto da gasolina em R$ 0,10 por litro, para R$ 0,60. Seria uma alternativa para o governo que enfrenta dificuldade para aprovar a CPMF.
Para combater o aumento de preços, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a Selic (taxa básica de juros) para 14,25% ao ano.

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Jornal da Paraíba

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