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VIDA URBANA

Doença pode evoluir e causar até a morte

Em casos de hospitalização, a ocorrência de morte durante os primeiros dias; diagnóstico deve ser feito de forma precoce.

Publicado em 14/10/2012 às 19:31


Sem tratamento, a doença pode evoluir e até levar ao óbito, alerta a professora e médica Valderez Araújo. “Mais de 35% das crianças que sofrem desnutrição calórico-proteica grave morrem.

Em casos de hospitalização, a ocorrência de morte durante os primeiros dias do tratamento deve-se em geral a um desequilíbrio de eletrólitos, uma infecção, uma descida anormal de temperatura corporal ou até uma insuficiência cardíaca”, adverte.

Por isso, o diagnóstico deve ser feito de forma precoce. “A investigação da doença é feita a partir da história clínica da criança, bem como pelo seu exame clínico e determinação do estado nutricional. A avaliação e cuidadoso acompanhamento clínico de toda a criança é o guia mais importante para o diagnóstico e para definir e monitorizar o tratamento da criança”, diz.

Para a médica, a quantidade reduzida de pediatras nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) prejudica o diagnóstico precoce de desnutrição infantil. “Para que se busque e se resgate a criança desnutrida, algumas questões hão de ser priorizadas na história clínica, durante a consulta ambulatorial, tais como: contexto familiar de privação socioeconômica, desnutrição materna, desmame precoce do aleitamento materno, baixo peso ao nascer, gemelaridade, internações hospitalares repetidas, a existência de outros casos de desnutrição na família, episódios repetidos de diarreia nos primeiros meses de vida”, detalha.

“Deve-se estar atento ao ganho de peso no primeiro ano de vida, baixa escolaridade materna, fraco vínculo mãe-filho, como também história de maus tratos e abandono na família”, afirma a médica.

As consequências são desastrosas para a criança. A vítima de desnutrição apresenta desorientação (semi-inconsciência), icterícia (pele amarelada), pequenas hemorragias na pele, baixa quantidade de sódio no sangue e diarreia persistente. Também fica apática, com inchaços e falta de apetite. “O grau de deterioração mental tem relação direta com a duração da desnutrição, sua gravidade e idade de começo. Um leve atraso mental pode persistir durante a idade escolar e ainda mais tarde”, ressalta a médica Valderez Araújo.

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Jornal da Paraíba

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