A voz do Turbilhão

A cena tem pouco mais de três minutos: com um nó de gravata malfeito e óculos com lentes degradê, Moacyr Franco está sentado atrás de um gabinete onde se lê em uma plaqueta: 'Delegado Justo'.

Ao lado do nome, a foto emoldurada de um gato sardento: o Lincoln. Em tom grave, o personagem explica a situação do bichano, que passou por uma cirurgia e está em casa, em repouso. Ouve-se o bordão insistente: "Não preciso dizer o quanto estou chateado por não estar lá".

É apenas um trechinho do filme O Palhaço (2011), dirigido por Selton Mello, mas foi o suficiente para render a Moacyr Franco o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Cinema de Paulínia e dar novos ares à longa e versátil carreira que se equilibrou entre os pendores de ator, cantor, compositor, humorista, roteirista, apresentador de televisão e até político (ele é filiado ao PSL).

Moacyr Franco chega hoje à Paraíba para mostrar a potência do gogó que, no carnaval do ano de 1978, foi ouvido em todos os clubes do país cantando 'Turbilhão', seu primeiro grande sucesso.

Também em um clube, o Campestre, em Campina Grande, Moacyr Franco faz sua primeira apresentação por aqui, às 21h.

Lá, apresenta seu repertório composto por temas antigos como 'Suave é a noite' (versão de 'Tender is the Night', canção que foi cotada para o Oscar de 1963, trilha do filme homônimo) e canções mais recentes como 'Ainda ontem chorei de saudade' (famosa na voz dos sertanejos João Mineiro e Marciano).

O Jeca Gay de 'A Praça É Nossa', parceiro de Ronald Golias (1929-2005) no programa 'Meu cunhado'e de Gorete Milagres no programa 'Ô... Coitado!', dá o ar de sua graça também em João Pessoa, onde faz show amanhã, também às 21h, na Boate da Caixa.

Em ambas as ocasiões, o campinense Alexandre Tann abre o palco para Moacyr fazendo um apanhado de sua discografia, composta por vários CDs como Elo, Circunstância, Instantes, Reencontros, entre outros.