Belo celebra 10 anos de carreira

De uma tacada, são dois CDs e um DVD, ambos ao vivo, com 58 canções (13 inéditas) gravadas de um show na Bahia, em setembro passado, para 50 mil pessoas.

Uma década depois de deixar o Soweto, a carreira de Belo está marcada por uma progressão numérica que começa no estúdio em que trabalha, para onde chegam diariamente CDs de compositores consagrados e anônimos, de todas as regiões do Brasil.

"Recebi na faixa de 1.500 canções. Eu e minha equipe fizemos uma audição de todas elas, das quais extraímos 500 e tivemos que tirar as 13 inéditas", contou Belo ao JORNAL DA PARAÍBA.

O que passou pela peneira está em 10 Anos de Sucesso: Ao Vivo em Salvador (Sony), nome que batiza os três registros que chegam às lojas embalados ainda por hits do passado: como 'Derê', representante de uma época que o intérprete chama de 'maravilhosa'.

"O Soweto pegou essa fase ápice em que as gravadoras começaram a contratar artistas como o Negritude Jr.", lembra Belo, citando uma das bandas ícones de um tempo em que grupos de pagode desfilavam suas longas formações em programas de auditório e shows pelo Brasil.

"O Soweto me projetou, me fez aparecer, mas em um determinado momento tive que me ver sozinho para abrir um leque, revelar uma faceta mais intimista. Eu não abro mão da orquestração, do meu piano e do meu violino", afirma Belo, revelando uma sofisticação que parece escapar aos ouvidos de um público mais criterioso.

"Eu sou um defensor da música popular brasileira. Não sou de passear por gêneros, mas ouço todos eles e tenho um imenso carinho e respeito. Acho que isso enriquece o trabalho", avalia.

Os CDs e o DVD são também, segundo Belo, um tributo ao Nordeste, região que o acolheu e lota seus fã-clubes "Por isso escolhi a Bahia para a gravação e convidei Daniela Mercury para uma participação".

Para a reportagem, o cantor previu sua vinda à Paraíba no próximo mês, com um repertório inédito.